Roraima – Na sessão ordinária desta terça-feira, 4, deputados governistas chamaram a atenção da Justiça Eleitoral e pediram cautela na análise de ações que pedem a cassação do governador Antonio Denarium (PP) por abuso de poder econômico.
Em uma das ações, que deve voltar à pauta de julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no dia 10 deste mês, o partido Avante mostra que o governador mudou o nome de um programa social e aumentou o número de beneficiários do Cesta da Família em ano eleitoral.
Tapetão?
O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Soldado Sampaio (Republicanos), saiu em defesa do governador e falou que questionar eleições no TRE é querer ganhar terceiro turno na base do “tapetão”.
O deputado “Denarista”, que ficou conhecido recentemente por negociar o comando da Secretaria de Educação do Estado com o governador, disse que é preciso preservar a vontade popular expressa nas urnas e manter a tranquilidade política no Estado.
“Quando houve a cassação de Flamarion Portela, um governo que vinha dando certo, foi um retrocesso para Roraima. Pararam os investimentos, criou-se uma insegurança política e de relacionamento entre os Poderes. Peço que isso não se repita. Sei que a Corte Eleitoral tem seu papel estabelecido em normas, mas é sair de seus gabinetes e olhar para a sociedade.”
Justiça será feita?
O deputado governista Chico Mozart (Progressistas) avaliou que a atual gestão estadual venceu o primeiro turno das eleições do ano passado com 56,47% dos votos válidos. A segunda colocada, a ex-prefeita Teresa Surita, teve 41,14%. Mozart enfatizou que o governo tem apresentado índices favoráveis e acredita que a justiça será feita.
“Sabemos do problema que o governador tem enfrentado na Justiça. Sabemos que a Justiça precisa agir quando provocada, mas ela não pode deixar de observar a vontade da maioria [dos eleitores] que deu uma vitória a ele no primeiro turno”, disse.
Penalizada?
O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Cabral (Cidadania), lembrou que, em 20 anos como parlamentar, observou que quando um governo é impedido de dar continuidade às ações e aos projetos, a sociedade é penalizada. Disse ainda que no atual governo, houve ampliação no número de investimentos, aumento da renda per capita, valorização de terras, produção de soja e reconhecimento do pequeno produtor.
“Isso só deu certo porque tinha do lado do governo uma Assembleia que deu apoio fundamental. Não podemos deixar o Estado retrair. A população já elegeu um governo no primeiro turno sabendo do seu compromisso. Queremos um Estado mais forte, mais justo e honesto para todos. Não vejo outra maneira a não ser o governo eleito construir isso, pois já mostrou lá atrás como valorizar, fomentar e fortalecer a renda”, avaliou Cabral.
Governo e Assembleia são parceiros. Governo manda, Assembleia obedece…
O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Coronel Chagas (PRTB), afirmou que a Presidência do Legislativo tem dado celeridade a todas as matérias dos Poderes que são protocoladas. Falou ainda que o Estado teve um considerável desenvolvimento econômico, fruto também de uma pacificação no Parlamento.
“Não podemos nos dar ao luxo de ter uma nova instabilidade como vimos em um passado não muito distante. Precisamos desse crescimento a passos largos, precisamos ter uma estabilidade, de ter essa continuidade colocando em prática as políticas públicas do governo para geração de emprego e renda, aprovadas pela Casa. Roraima precisa de união e estabilidade”, considerou.
Preocupadíssima…
A deputada Catarina Guerra (União) sustentou que a estabilidade do governo e da Assembleia, possivelmente ameaçada por eventos futuros, causa preocupação aos parlamentares. “Mas fico feliz pela consciência e a postura dos deputados que me antecederam e deixaram seus posicionamentos quanto à importância do avanço e do reconhecimento do trabalho do Executivo e do Legislativo”, ponderou.
Silêncio sobre polêmicas….
Nenhum dos parlamentares mencionou o número de mortes de recém nascidos na maternidade de lona do Governo, nem sobre os contratos com fortes indícios de irregularidades alvos de investigações do MP e TCE, além de também não se posicionarem sobre os constantes alagamentos de unidades de saúde.
Os parlamentares também ficaram calados sobre a atuação do governador Antonio Denarium na defesa do garimpo ilegal e falas preconceituosas contra o povo Yanomami.
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