Roraima – Após o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), ter sido cassado pelo Tribunal Regional (TRE), na última segunda-feira, 14, servidores comissionados do Governo do Estado viraram “caças” dos chefes do alto escalão a mando do governador. O ocorre que esses funcionários estariam sendo obrigados a compartilhar mensagens de apoio ao governador cassado sob pena de exoneração.
O Poder foi procurado por um grupo de servidores comissionados, que pediram para não serem identificados temendo mais represálias. Segundo o grupo, a pressão começou ainda na segunda-feira logo após Antonio Denarium ser cassado pelos magistrados do TRE.
Desde então, os comissionados estariam sendo obrigados a se manifestar em apoio ao governador em redes sociais e em grupos de aplicativos de mensagens. “É uma pressão enorme e há uma fiscalização para ver quem está cumprindo a determinação. É um terror psicológico”, disse uma das servidores.
Outro servidor afirmou que foi ameaçado de ser exonerado após se negar a compartilhar mensagens em suas redes sociais. “A mensagem foi clara. Senão compartilhar, vai para a rua”, desabafou.
Ainda segundo os servidores, a pressão é realizada por chefes diretos a mandado do próprio governador. Diante das denúncias graves, a reportagem tenta contato direto com o governador Antonio Denarium.
Cassação
Antonio Denarium foi cassado por quatro votos a três por conduta vedada ao distribuir cestas básicas em ano eleitoral. A denúncia foi do diretório estadual do Avante.
Além da cassação, o TRE também aplicou uma multa de 100 mil Ufirs (Unidades Fiscais de Referência), que corresponde a R$ 100.001, para Denarium, e de 20 mil Ufirs, equivalente a R$ 21.282, para a secretária estadual do Trabalho e Bem-Estar Social e cunhada do governador, Tânia Soares.
A justiça eleitoral também ordenou a realização de novas eleições. A decisão ainda cabe recurso e Denarium permanece no cargo enquanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa o caso.
O processo de julgamento da cassação de Denarium começou com uma denúncia protocolada pelo diretório regional do partido Avante. Segundo a acusação, o governador distribuiu cestas básicas em um ano eleitoral, com o intuito de obter vantagens nas eleições.
Conforme a denúncia, o Governo de Roraima uniu dois projetos sociais, “Renda Cidadã” e “Cesta da Família”, por meio da Lei nº 1.639, de 24 de janeiro de 2022. Esta fusão resultou em um aumento no número de beneficiários de 10 mil para 50 mil pessoas. O partido Avante argumenta que isso afetou a igualdade de condições entre os candidatos nas eleições.
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