novembro 21, 2024 23:53

Comércio e indústria do AM sentem os efeitos negativos impostos pelo coronavírus

O comércio e a indústria do Amazonas já estão sentindo os efeitos negativos da pandemia do coronavírus – vírus que vem causando doença pulmonar grave em todo o mundo – e já estudam paralisações parciais e férias coletivas por falta de insumos de matérias primas. No Brasil já tem mais de 100 casos confirmados e, o Amazonas, teve o primeiro caso confirmado na sexta-feira, 13.

De acordo com o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, “o mundo todo está preocupado com os casos de Coronavírus e no Amazonas não é diferente.”

“Temos várias empresas chinesas, coreanas e japonesas no Amazonas, com abastecimentos que vem da Ásia, em sua grande maioria. É lógico, muitas coisas estão ficando restritas para aquelas localidades. Por enquanto aqui, não tenho conhecimento de empresas paralisadas por conta do coronavírus, acontece que, tem muitas empresas que estão preocupadas, pois, o nosso modelo econômico tem três estoques: O do nosso fornecedor (no Brasil e no exterior), temos o estoque em trânsito e os dentro das fábricas, que vem para suprir 60 dias, e já estamos preocupados por conta de diminuição dos estoques”, disse Azevedo.

Ele explicou que a partir do final de março e início de abril, poderá haver dificuldades nas indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM). “As empresas já estão se planejando e se programando para uma eventual parada, que não seja total e, sim, parcial, oferecendo férias coletivas ou remunerada. O fato é que existe uma preocupação e nós estamos se reunindo constantemente”, informou.

O representante das empresas instaladas no Amazonas disse, ainda, que o único caso de restrição que teve conhecimento, em relação ao coronavírus, é de empresas que deixaram de trazer técnicos de manutenção de equipamento da Ásia para o Estado.

Comerciantes preocupados

O presidente da Câmara Dirigente dos Lojistas (CDL) Ralph Assayag, disse que os casos de coronavírus em todo o mundo podem levar a falta de insumos no distrito industrial, com a possibilidade de interferir a produtividade das indústrias, levando a férias coletivas e paralisação do terceiro turno.

“O comércio já começa a sentir a falta dos produtos que poderiam vir para o dia das mães, para o dia dos pais. Esse período que é o momento de compras, que não existe a produção e não se pode viajar para lá, há essa grande preocupação”, ressaltou Assayag.

O dirigente disse que só quem tinha em viagem a carga para suprir o comércio é que está mais tranquilo. Mas, aqueles que estavam se planejando em ir neste período para fazer as compras para suprir a venda local, estão preocupados, pois, não podem ir para lá com medo de não poder voltar.

“Tem aquela compra de produtos de lâmpada de LED, e também, alguns diferenciais que poderiam suprir o comércio que podem faltar. Se continuar isso até junho, a situação do comércio no Amazonas ficará muito séria”, projetou.

Suframa

Sobre a ameaça dos efeitos do coronavírus na produção industrial do Amazonas, o superintendente da Zona Franca de Manaus, coronel Alfredo Menezes, disse que o maior interessado em vender é a China e que o governo hhinês está fazendo o máximo possível para encontrar uma solução para o problema.

“Por outro lado, a maioria das empresas, por conta da logística na nossa região, eles têm um estoque, que dependendo do segmento, gira em torno de três a seis meses. Esperamos de dentro de um curto prazo essa situação seja resolvida e não tenhamos prejuízos para o nosso fluxo produtivo”, disse Alfredo.

‘Equação difícil’ 

Para o diretor de Relações Institucionais da Yamaha, Hilário Kobayashi, o poder de influência do coronavírus na produção industrial é uma equação difícil, pois, segundo ele, na indústria globalizada, parte da cadeia de fornecedores está espalhada por todo o planeta, e uma crise dessas, sempre se compromete o planejamento.

“Uma das formas é a programação de longo prazo, em que a aquisição de partes e peças são solicitadas com grande antecedência, e se formam estoques reguladores que funcionam de modo gradual no atendimento à linha de produção”, explicou Kobayashi.

O diretor disse, ainda, que pontualmente, os fornecedores que não conseguem embarcar peças por meio marítimo, que é o procedimento mais barato, porém mais lento, usam o frete aéreo, bem mais rápido, no entanto mais custoso.

“Há também as alternativas brasileiras, mediante a substituição pontual de fornecedores estrangeiros por empresas nacionais, que com esforço técnico e negociação comercial, sempre se acha alguma saída para contornar crises”, comentou.

 

Henderson Martins, para O Poder

Foto: Divulgação

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