julho 26, 2024 20:05

De olho na janela partidária, vereadores de Manaus querem evitar ‘chapa suicida’ nas eleições

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A dez dias do término da “janela partidária”, conforme o calendário eleitoral, em que vereadores poderão trocar de partido sem incorrerem em infidelidade partidária, muitos parlamentares da Câmara Municipal de Manaus (CMM) já ensaiam mudanças de olho na reeleição do mandato. O prazo expira em 3 de abril.

A análise da melhor conjuntura para disputar o pleito está sendo observada por todos os parlamentares. Todos estão conversando com todos e a palavra de ordem é “garantir” a cadeira na casa legislativa. As atividades do Parlamento municipal estão suspensas por tempo indeterminado devido à pandemia do coronavírus o que, em tese, facilita para que os vereadores articulem qual o melhor partido para se filiar.

Os vereadores Alonso Oliveira e Wallace Oliveira já estão articulando a saída do Podemos, antigo PTN. Devem continuar no partido os vereadores Mauro Teixeira, Rosinaldo Bual e Rosivaldo Cordovil.

Os vereadores eleitos pelo antigo PHS, que hoje incorporou o Podemos, buscam uma nova sigla para disputar o pleito deste ano, como Ewerton Wanderley, Professor Samuel, Professora Jacqueline e Roberto Sabino.

O vereador Ewerton disse que devido a fusão partidária, o PHS faz com que os parlamentares que estavam no partido possam ingressar para outra sigla. “Temos o prazo da janela para que possamos ser abraçados, acomodados em outra sigla. Por enquanto, estou avaliando qual partido pode melhor me acomodar”, disse o vereador.

DEM pelo PSDB

Everton Assis deve deixar o DEM e seguir para o PSDB, do prefeito Arthur Neto. O vereador Raulzinho já anunciou que também vai migar para o ninho tucano. Por enquanto, o único parlamentar que permanece no DEM é o vereador Ceará, mas, também já estaria ensaiando a saída.

Na semana passada, o PDT perdeu os vereadores Diego Afonso e Glória Carratte, que saíram em meio a diversos problemas internos. Afonso, que até então era presidente municipal da legenda, era alvo de um processo interno de expulsão por parte de um grupo de militantes. Os dois ainda não anunciaram para qual partido irão se filiar.

O vereador André Luiz, Eloi Abreu e Gilvandro Mota estão ensaiando a saída do PTC. Assim como Gilmar Nascimento estuda sair do PSD e, Elias Emanuel, do PSDB. Os vereadores Joelson Silva e Dante, devem permanecer no partido do prefeito.

Cautela

Ainda na dúvida, Gilmar Nascimento disse ao O Poder que está analisando se sua permanência no PSD, partido dirigido no Amazonas pelo senador Omar Aziz, é viável eleitoralmente. Ele recorda que, as vezes em que trocou de partido foi sempre após ser eleito e, que somente uma vez trocou de legenda em período pré-eleitoral.

“Eu estava no PDT, onde com 4 mil votos estava reeleito, e fui para o PSD, onde eu precisava no mínimo de 8 mil votos para concorrer. Dessa vez, estou analisando, para verificar toda a situação. A minha intensão é não mudar de partido, mas, preciso avaliar se a sigla está preparada para disputar o pleito”, disse Nascimento.

Permanecem

Todos os vereadores do PL, antigo PR, que é comandado pelo ex-deputado federal Alfredo Nascimento, devem permanecer na sigla para disputar a reeleição: Cláudio Proença, Fred Mota, Mirtes Sales e Bentes Papinha.

Também devem permanecer nas suas respectivas siglas, os vereadores: Amauri Colares (Republicanos), Bessa (SD), Carlos Porta (PSB), Hiram Nicolau (PSD), Isaac Tayah (DC), Jaildo dos Rodoviários (PCdoB), Marcelo Serafim (PSB), Márrison Roger (PP), Gedeão Amorim (MDB), Professor Fransuá (PV), Sassá da Construção Civil (PT) e Wiliam Abreu (PTB).

Jogo político

Líder do prefeito Arthur Neto na Câmara, o vereador Marcel Alexandre disse que deve caminhar junto com o majoritário.

“Vou olhar para o cenário majoritário para que eu possa dar minha contribuição total, pois, se eu não confio no Executivo que for eleito, serei oposição. Acertamos no Arthur Neto, e quero acertar também na próxima. Eu vou até a última hora, mas, inicialmente, sou do grupo do Arthur”, disse o parlamentar.

Quociente

Com a mudança na Legislação eleitoral, o voto para eleger o candidato a vereador será proporcional. O cientista político Helso Ribeiro explicou que o quociente eleitoral deve gravitar próximo a 27 mil votos. “Se um vereador tiver 27 mil votos, ele é eleito”, destacou.

Helso Ribeiro disse, ainda, que é preciso verificar quantos votos os partidos irão ter para poder dividir pelo quociente partidário para verificar quantas vagas o partido vai ocupar na Câmara de Vereadores.

“Existe também uma particularidade, é o que chamamos de ‘clausula de desempenho’. Se, por exemplo, o quociente eleitoral ficar em 27 mil votos, nenhum candidato que tenha menos de 2,4 mil votos conseguiria se eleger”, comentou o pesquisador.

 

Henderson Martins, para O Poder

Foto: Dircom/CMM

 

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