novembro 22, 2024 12:00

Instituto Butantan planeja desenvolver anticorpos contra Covid-19

Os pesquisadores do Instituto Butantan estão em busca de identificar anticorpos que poderão ser usados em composto para combater o novo coronavírus. Os chamados anticorpos monoclais neutralizantes serão produzidos por células de defesa selecionadas pelos pesquisadores. Elas se encontram no sangue de pessoas que se curaram da doença.

“Temos que identificar os linfócitos B [células de defesa] que produzem anticorpos contra o coronavírus. E, entre esses, identificar aqueles que produzem anticorpos que são de fato capazes de neutralizar a ação do vírus e são capazes de bloquear a entrada do vírus na célula, que são os que a gente chama de anticorpos neutralizantes, aqueles que de fato neutralizam o vírus”, explicou a pesquisadora Ana Maria Moro, do Instituto Butantan, que coordena o estudo.

O estudo segue o conceito da transferência passiva de imunidade, sendo o mesmo da transfusão de plasma sanguíneo de pessoas curadas do coronavírus, que contém anticorpos contra a doença, para tratamento de pacientes contaminados.

O uso do plasma é uma forma de tratamento imediata, que já está sendo testada em pacientes no Brasil e depende de constantes doações para manter os estoques.

A identificação dos anticorpos neutralizantes deve levar pelo menos um ano, mas vai possibilitar uma maior precisão do tratamento. De acordo com Ana Maria, o anticorpo já foi selecionado e é apenas o do tipo neutralizante.

“Nós buscamos, no sangue das pessoas [curadas de covid-19], os linfócitos que produzem os anticorpos específicos e, a partir disso, por engenharia genética, nós criamos as células no laboratório produzindo especificamente esses anticorpos. Então são produtos padronizados, isso a gente precisa fazer no laboratório, é demorado”, explicou a pesquisadora.

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), este estudo utiliza uma plataforma já existente criada para o desenvolvimento de anticorpos monoclonais humanos para diferentes doenças.

A plataforma está em fase avançada para obtenção de anticorpos monoclonais para o tratamento de zika e tétano.

 

 

Conteúdo: Agência Brasil

Foto: Divulgação

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