A Polícia Federal identificou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicamos-RJ), filho do presidente, é uma das lideranças de um esquema criminoso de fake news para atacar e intimidar adversários políticos, segundo um inquérito sigiloso conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi dada pelo jornal Folha de São Paulo.
O inquérito foi aberto em março do ano passado pelo presidente do STF, Dias Toffoli, para apurar o uso de notícias falsas para ameaçar e caluniar ministros do tribunal.
A Polícia Federal também investiga a participação do irmão de Carlos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Vale reforçar que nos últimos meses, Bolsonaro demonstrava bastante interesse em exonerar Maurício Valeixo da direção da PF, ciente que a corporação havia se aproximado do seu filho, nomeado por ele de 02.
Bolsonaro aumentava a pressão para trocar Valeixo conforme a PF avançava sobre o inquérito das fake news. De acordo com a Folha, o presidente solicitava informações sobre o caso em reuniões e por telefone de Valeixo, mas não recebia os dados.
A saída de Valeixo seria, segundo a PF, para coletar informações da investigação do STF e também fazer mudanças no grupo de delegados responsáveis pelo caso.
Um dos quatro delegados que atuam no inquérito é Igor Romário de Paula, que coordenou a Lava Jato em Curitiba quando Sergio Moro, agora ex-ministro da Justiça, era o juiz da operação.
Ex-diretor da PF, Valeixo, foi superintendente da polícia no Paraná no mesmo período e escalado por Moro para o comando da polícia.
Na sexta-feira, 24, após Sérgio Moro anunciar a sua renúncia do Ministério da Justiça, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo, determinou que a PF mantenha os delegados no caso.
Agora, a PF busca com os indícios e depoimentos já coletados, um conjunto de provas que sustente um indiciamento ao fim da investigação.
Conteúdo: Folha de S. Paulo
Foto: Divulgação