julho 27, 2024 04:37

Bolsonaro ultrapassa Collor em ações de impeachment, mas não deve prosperar, prevê bancada

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Com 30 pedidos de impeachment protocolizados na Câmara dos Deputados, o número de solicitações de afastamento feitos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ultrapassa os pedidos realizados contra o ex-presidente do Brasil, Fernando Collor, em 1992. Apesar do número expressivo, que aumentou após a saída do ex-ministro Sergio Moro, a bancada amazonense acredita que não há justificativa ou que não é prudente discutir o assunto em meio a crise causada pela pandemia da Covid-19.

O deputado federal capitão Alberto Neto afirmou ao O Poder que o número de pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro aumentou com a saída de Sergio Moro e, nesta terça-feira, 28, o número de pedidos eram 30. “Nós temos aí 30 pedidos de impeachment contra o presidente e as acusações do ministro Moro não mostram nenhuma materialidade”, defendeu.

O bolsonarista também disse que não vê indícios para pedido de afastamento do presidente. Segundo ele, Bolsonaro não cometeu crimes e atacou a oposição. “Não vejo nenhuma materialidade para pedir o impeachment do presidente. Ele não cometeu nenhum crime comum, nenhum crime de responsabilidade. O que eu vejo é a oposição do presidente querendo se utilizar desse momento de pandemia, desse momento mais difícil da nossa geração, utilizando-se da desgraça do nosso povo para assumir o poder, para dar um golpe na democracia. O presidente foi eleito e se ele não cometeu nenhum crime, nem de responsabilidade nem crime comum, não vejo pedido para impeachment”, argumentou.

Para o deputado federal delegado Pablo (PSL) não há indícios que indiquem o pedido de impeachment e disse que as denúncias de Moro devem ser apuradas e que o ideal é aguardar. “Não vejo, no momento, nenhum comportamento do presidente que justifique processo de impeachment. O afastamento presidencial é medida de exceção e depende de provas incontestáveis do cometimento de crime de responsabilidade. As denúncias do juiz Sérgio Moro serão apuradas pelo STF. Vamos aguardar o resultado das investigações”, disse.

‘Blá blá blá’, diz Silas

O deputado federal Silas Câmara (Republicanos) também acredita que não há justificativa para pedir o impeachment de Bolsonaro e não há nada de concreto. “Não há clima político para se pensar em impeachment e nem a justificativa para isso. Existe muito ‘blá blá blá’, mas nada concreto”, disse.

Combate ao coronavírus

Para o deputado Bosco Saraiva (Solidariedade), o país vive uma grave crise e toda a atenção deve ser voltada para o combate do coronavírus. “Toda nossa atenção no momento está voltada para as ações de efetivo combate ao novo coronavírus e, de forma especial para nós da bancada do Amazonas que está sendo tão fortemente atingido por essa pandemia que tanta tristeza tem causado ao povo amazonense. A possível recepção de processo de impedimento do presidente da República, se for aceito pela mesa da Câmara, será analisado em seu tempo”, defendeu.

Marcelo Ramos (PL) disse que não é prudente discutir esse assunto em meio à crise pandêmica. “Acho pouco prudente discutir um impeachment em meio a uma pandemia que tem gerado tantas vítimas e trazido tanto sofrimento ao nosso povo. Considero mais prudente esperar as investigações que serão feitas pelo STF”, analisou.

Pressão popular

Já para o deputado José Ricardo (PT) o alto número de pedidos de impeachment mostra uma série de denúncias e crimes de responsabilidade. “Toda essa avalanche de pedidos de impeachment significa que existe uma série de denúncias e situações concretas de crimes de responsabilidade do presidente. Agora a pressão vai ter que vir da sociedade, a gente vê nas pesquisas que o governo está perdendo credibilidade principalmente a figura do presidente e é a pressão da sociedade que vai decidir se vai pra frente ou não um pedido de impeachment”, disse.

O parlamentar acrescentou que o governo de Bolsonaro está sendo desmontado e está cada vez pior. “Não é só a crise política, mas a crise da pandemia mostra a crise da estrutura dos serviços do Estado e que o atual governo não está tendo capacidade para poder atender a população”, assinalou.

A reportagem não conseguiu contato com os deputados federais Átila Lins (PP) e Sidney Leite (PSD).

 

 

Álik Menezes, para O Poder

Foto: Divulgação

 

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