julho 7, 2024 06:45

‘Tive medo de decretar lockdown e sair desmoralizado’, declara Arthur Neto

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Citando assuntos como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o lockdown na capital amazonense, o crime organizado e alertando sobre um possível colapso no sistema de saúde no interior do Estado, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), concedeu uma entrevista ao site UOL, na tarde da última segunda-feira, 18.

Na ocasião, o prefeito afirmou que teve medo de decretar a medida restritiva mais radical para conter a disseminação e prolongar o isolamento social, o lockdown, na cidade de Manaus, e acabar sendo “desmoralizado”.

Arthur Neto destacou os empecilhos que impossibilitaram a não decisão de decretar a medida restritiva: a persistência do comércio de não fechar os estabelecimentos não essenciais e também a influência do crime organizado.

“Não fiz lockdown porque aqui tem um tráfico de drogas pesado, com predomínio do Comando Vermelho sobre as demais, o PCC quase se retirou. Eu não sei o que eles não fariam para provocar um confronto de mortes civis”, explicou.

Preocupação com o interior do AM

Em relação a pandemia do novo coronavírus, Arthur fez um alerta a situação atual do interior do Estado, que pode acabar “explodindo” com tamanho número de casos, atualmente, o Amazonas alcança os 20.913 casos confirmados no Estado, 10.660 são de Manaus (50,97%) e 10.253 do interior do estado (49,03%).

Segundo o prefeito, quase todos os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da capital e Estado estão ocupados, no entanto, Manaus está em uma situação “menos complicada”.

“Quando você vê o interior do interior do AM, vê pessoas que estão em outro mundo. É uma covardia não fazermos bem para essas pessoas. Eu estranho esses dados. Pra mim, a tendência é morrer muito mais gente no interior”, disse.

“Falo ao governador: o interior vai explodir”, disse, “Nós não temos (fila para a UTI). Hoje (segunda,18) chegou um pessoal do interior, ia fazer o quê? Abrir (leito) e atender. O interior está sem defesa”, declarou.

Influência de Jair Bolsonaro

Além disso, ao falar sobre os números mais amplos, em relação ao país, o prefeito afirma que Bolsonaro possui uma parcela de responsabilidade nas mortes ocasionadas pelo vírus. “Acho que ele é corresponsável (pelas mortes), sim. Se ele fez as pessoas irem para a rua e a maior defesa é o isolamento social (…) Ele colaborou para entupir hospitais, para mortes de pessoas”, argumentou Arthur.

Confira a entrevista completa:

 

 

 

 

 

Conteúdo: UOL

Foto: Reprodução/ UOL

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