Com 97 casos confirmados de indígenas contaminados com o novo coronavírus (Covid-19), em Manaus e em Parintins, o governo do Amazonas, com a presença Secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde (MS), Robson Santos da Silva, que representa o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, inaugura uma ala indígena no Hospital de Retaguarda Nilton Lins, na Zona Centro-Sul de Manaus, nesta terça-feira, 26.
De acordo com dados do boletim epidemiológico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), de informações obtidas junto a cada um dos trinta e quatro Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei), dados esses atualizados até às 17h do dia 23, a capital Manaus registrou 67 caso confirmados de indígenas com a Covid-19 e um total de dois óbitos. Já o município de Parintins registrou 30 casos e uma morte confirmada pela doença.
Ainda conforme os dados, em Manaus existem 57 pacientes indígenas curados clinicamente, além de 6 infectados, atualmente. Em Parintins, são 19 curados clinicamente e 10 infectados atualmente.
Segundo informações colhidas no site do Ministério da Saúde, a ala indígena que será inaugurada no Hospital Nilton Lins vai ter 53 leitos, sendo 33 clínicos, 10 unidades de Tratamento Intensivo (UTI) e 5 Unidades de Cuidados Intermediários (UCI). O Estado trabalha a possibilidade de expansão.
Esta ala também terá posto de enfermagem, área de expurgo, área de higienização, banheiros, recepção e área administrativa, além de um espaço espiritualização a ser destinado aos pajés – líderes espirituais dos povos indígenas – e outra área para armação de redes nas enfermarias clínicas, respeitando a cultura de cada etnia.
Conforme o MS, este pavilhão será voltado exclusivamente para os indígenas que vivem em aldeias e, as transferências de pacientes indígenas com a Covid-19 serão realizadas por meio da Central de Regulação do Amazonas.
Segundo o MS, os pacientes que necessitarem de remoção serão incluídos em uma fila composta apenas por indígenas e serão removidos com base na avaliação clínica de médicos e enfermeiros da central.
Enfrentamento no Amazonas
O governo federal enviou mais de R$ 213 milhões ao Estado do Amazonas para o enfrentamento da Covid-19. Sendo R$ 78 milhões para o Fundo Estadual de Saúde; R$ 2,6 milhões para o Hospital Getúlio Vargas e R$ 132,4 milhões para os municípios. No total, foram mais de 1,5 milhão de EPIs, 232 mil testes para Covid-19; 176 mil testes rápidos; 110 respiradores; 1,3 milhão de vacinas contra gripe e 438 mil caixas de medicamentos.
O Amazonas é o Estado brasileiro com a maior quantidade de indígenas. De acordo com o IBGE, o Estado tem 183.514 indígenas. Desses, 70% vivem em aldeias.
O Ministério da Saúde, por meio da Sesai, entregou em 17 e 18 de maio duas toneladas de equipamentos para os Hospitais de Guarnição dos municípios de Tabatinga e São Gabriel da Cachoeira (AM) para reforço no combate à doença. Foram entregues respiradores desfibriladores, insumos, medicamentos e Equipamentos de Proteção Individual (EPI).
O Ministério da Defesa também deslocou, temporariamente, onze profissionais de saúde do Hospital Militar de Área de Brasília para reforçar o atendimento à população no Hospital de São Gabriel da Cachoeira. São duas médicas; uma fisioterapeuta; duas enfermeiras e seis técnicas de enfermagem.
Henderson Martins, para O Poder
Com informações do Ministério da Saúde
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