O ex-presidente do Equador, Abdalá Bucaram, foi detido como parte de investigações sobre supostos casos de corrupção em hospitais durante a pandemia do novo coronavírus, segundo informações do Ministério Público, nesta quarta-feira, 3.
“O ex-presidente Abdalá B. foi detido em posse de uma arma de fogo, sem apresentar justificativa de posse”, informou o órgão através do perfil no Twitter.
Além disso, ainda conforme o Ministério Público, Bucaram foi preso após uma busca em sua residência em Guayaquil. Ele é considerado suspeito de suposto desvio de fundos em um contrato de suprimentos médicos para o Hospital del Seguro.
Seis meses depois de assumir a Presidência, Bucaram foi destituído do cargo em fevereiro de 1997 pelo Parlamento, que declarou sua incapacidade mental, sem comprovação médica e em meio a fortes protestos sociais contra seu governo.
O ex-presidente passou duas décadas no exílio no Panamá.
Investigações
O Ministério Público apura diversos casos de suposta corrupção no sistema hospitalar durante a pandemia, que atinge o Equador com 40.400 casos, incluindo 3.438 mortes (uma média de 20 por 100.000 pessoas).
De acordo com dados da APF, o país é o quarto da América Latina com mais mortes, atrás de Brasil, México e Peru, com 17,5 milhões de habitantes
O MP indicou que uma força-tarefa, também composta pela Polícia, que “executa mandados de busca e detenções simultâneas em Quito e Guayaquil, vinculados a vários casos de corrupção no âmbito da emergência de saúde”.
De acordo com o MP, em decorrência da suposta influência do tráfico de drogas na aquisição de suprimentos médicos, como testes de diagnóstico e máscaras, também foi feita uma busca na casa de Carlos Luis Morales, prefeito (governador) da província de Guayas, cuja capital é Guayaquil.
Conteúdo: AFP
Foto: Marinheiro Ivanílson