Diante das medidas de contenção já anunciadas pelo prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), contidas no projeto de reforma administrativa com o intuito de amenizar os impactos nas finanças do municípios por conta da pandemia do novo coronavírus, em que se incluem redução de contratos, o que refletirá em demissões, representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Refeições (Sinterc) prometem ir à Câmara Municipal de Manaus (CMM) pedir apoio e irão fazer manifestação em frente à sede da prefeitura.
Com cerca de mil merendeiras trabalhando em escolas públicas municipais, os representantes da classe alegam que os prejuízos nos próximos dias irão impactar na renda de 600 famílias. “A promessa é que a redução será de 60%, vai ser muito complicado para essas famílias. Vamos agir para que essas demissões não ocorram”, disse um dos representantes do Sinterc, Antônio Alexandre.
O dirigente sindical afirmou ao O Poder que nesta semana entrará em contato com vereadores da oposição ao prefeito para pedir apoio. “Esperamos ter esse apoio dos vereadores para sensibilizar o prefeito a rever a decisão de reduzir contratos como esse”, disse.
Caso não consigam apoio na CMM, eles irão fazer uma manifestação em frente à sede da Prefeitura de Manaus, no bairro Compensa, na Zona Oeste, para chamar a atenção do prefeito e, assim, dialogar e tentar um acordo.
“São muitas pessoas que vão ficar sem emprego nesse período de crise. Vai ser complicado. Por isso, precisamos ter esse apoio e conversar com o prefeito para ele reconsiderar”, afirma.
O Poder entrou em contato com a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), para questionar se o prefeito reconsideraria esse contrato e, em nota, o órgão respondeu que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) está trabalhando em formas legais e financeiras de se manter os salários dos trabalhadores até o reinício das aulas.
“A redução de contratos integra o plano de contingenciamento do município para fazer frente aos efeitos econômicos causados pela pandemia do novo coronavírus, com queda na arrecadação que pode superar os R$ 500 milhões. As medidas também abrangem redução em aluguéis, contas de água, energia e telefonia, além da redução de cargos comissionados”, diz a nota.
Medidas
As medidas, segundo o prefeito, são para fazer frente à recessão econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus e que está impactando na arrecadação do município, com queda entre 30% a 40%.
Entre as medidas anunciadas está a extinção de três secretarias, redução de 110 cargos comissionados, extinção e renegociação de contratos de aluguéis e novas repactuações de contratos com fornecedores, além de uma nova rodada de redução de custeio. Conforme o prefeito, as novas medidas estão contempladas no plano de contingenciamento, apresentado à Câmara Municipal de Manaus (CMM) em março deste ano, com previsão de corte de R$ 500 milhões no orçamento municipal.
Álik Menezes, para O Poder
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