Depois de quase duas horas de inspeção ao Hospital Delphina Aziz na tarde destra quarta-feira, 12, os membros da CPI da Saúde constataram que o valor referente ao pagamento de contratos mantidos com a Organização Social de Saúde (OSS) em Parceria Pública Privada (PPP) – que somam em torno de R$ 30 milhões – tem sido efetivado em sua integralidade sem que esses serviços tenham sido executados completamente.
O presidente do colegiado, deputado delegado Péricles (PSL) confirmou que nos últimos meses os contratos da Covid-19 foram pagos com apenas 60% dos serviços realizados.
“Esses contratos custam por mês, ao Estado, R$ 30 milhões. Nos últimos três meses de contrato por conta da Covid-19, eles foram pagos em sua plenitude mesmo que apenas 60% a 70% dos serviços tenham sido executados. Isso representa valor de até R$ 20 milhões a mais no real valor que deveria ter sido repassado a elas. O Delphina possui os maiores contratos da Susam e isso tem sido acompanhado de perto por essa comissão”, afirmou.
Péricles disse ainda que a CPI já apurou indícios de irregulares nos contratos da unidade hospitalar com essas prestadoras – responsáveis pela parte estrutural e de quadro pessoal – e devidos representantes devem ser convocados pela comissão para prestar esclarecimentos.
“Estamos analisando todos esses valores que envolvem o Delphina e chamaremos, sim, todos os envolvidos na contratação desses serviços porque é evidente que eles têm sim causado graves danos ao erário e precisam ser urgentemente corrigidos”, pontuou.
Oitivas continuam
A CPI da Saúde segue atividades nesta quinta-feira com os depoimentos do proprietário da empresa Líder Serviços, Sérgio Chalub, às 15h; e do proprietário da Norte Serviços, Frank Andrey Abreu, às 16h30. Ambos foram convocados para prestarem esclarecimentos sobre processos indenizatórios firmados com o executivo estadual e com fortes indícios de fraude.
Augusto Cosa para O Poder
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