Nesta sexta-feira, 14, em resposta ao requerimento do Ministério Público Federal (MPF) e de outras instituições, 30 agentes das Força Nacional serão designados para a região do rio Abacaxis, localizados entre os municípios de Borba e Nova Olinda do Norte.
Os agentes da Força Nacional vão, no mínimo, ficar no local por 60 dias, para trazer reforço na segurança da área e garantir que a Polícia Federal conclua as investigações que apuram as violações cometidas no local contra os moradores da região durante uma ação policial que vem sendo realizada nas últimas semanas, pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Essa área faz parte dos Projetos de Assentamento Agroextrativistas (PAEs) Abacaxis I e II, concentrando populações tradicionais e povos indígenas, porém nos últimos dias, ocorreu quatro mortes e um desaparecimento, além de vários feridos.
Até o momento, foram constatadas a morte de um indígena munduruku e outro desaparecido, além de três mortes de assentados. Conforme o MPF, nesta quarta, 12, houve novos tiroteios que resultaram em crianças feridas, elas viajavam com familiares em uma voadeira próximo da região da operação. Atualmente, elas estão recebendo atendimento médico, em Manaus.
Abusos e ilegalidades
Segundo a apuração do MPF, as tensões aumentaram em decorrência de uma série de supostos abusos e ilegalidades relatados por moradores dos assentamentos e indígenas.
As declarações são sobre a conduta dos policiais que fizeram parte de uma operação feita para coibir o tráfico de drogas na região, no início do mês, dias depois de um conflito envolvendo uma lancha com comunitários sobre o uso do rio Abacaxis para a realização da pesca esportiva sem licença ambiental, resultando no suposto atentado contra um dos tripulantes, o secretário-executivo de Estado, Saulo Rezende.
De acordo com os depoimentos dos comunitários, os policiais não faziam o uso dos uniformes e usavam a mesma embarcação particular para a pesca esportiva. Além disso, eles não se identificavam mesmo após a abordagem. A ação teria causado desconforto nas aldeias e comunidades.
Após a SSP enviar 50 policiais, incluindo o comandante da Polícia Militar no Amazonas, para a região, o MPF afirmou que recebeu com frequência, relatos de diversos atos de abuso e violação de direitos por parte da Polícia Militar contra extrativistas e indígenas do rio Abacaxis.
Da Redação O Poder
Com informações da FN
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