Em um pronunciamento reproduzido na tarde desta segunda-feira, 7, à tarde em suas redes sociais, o petista Luiz Inácio Lula da Silva criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo ele, Bolsonaro converteu o coronavírus em uma “arma de destruição em massa”. Em uma carta aberta aos brasileiros, Lula ainda atacou a política armamentista e voltou a defender uma de suas bandeiras: o combate à fome.
“O povo não quer comprar revólver nem cartucho de carabina. O povo quer comprar comida”, disse. O ex-presidente também questionou o que ele entende ser uma posição de submissão de Bolsonaro ao governo norte-americano, citou George Floyd ao defender a luta contra o racismo, pediu combate à violência contra as mulheres e se colocou à disposição do povo brasileiro.
Em um vídeo com pouco mais de 20 minutos de duração, Lula também fez críticas ao posicionamento do governo federal em meio à pandemia do coronavírus. “O Brasil está vivendo um dos piores períodos de sua história. Com quase 130 mil mortos e mais de 4 milhões de pessoas contaminadas, despencamos em uma crise sanitária, social, econômica e ambiental nunca vista”, disse.
Ele ainda relacionou os óbitos ao que cita como “abandono do governo federal” às classes mais desfavorecidas.
Lula citou o desrespeito de Bolsonaro às normas estabelecidas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e o sucateamento do SUS como determinantes para o elevado número de óbitos por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
“Estamos entregues a um governo que não dá valor à vida e banaliza a morte. Um governo insensível, irresponsável e incompetente, que desrespeitou as normas da OMS e converteu o coronavírus em arma de destruição em massa. Os recursos que poderiam estar sendo usados a salvar vidas foram destinados a pagar juros ao sistema financeiro”, criticou.
O ex-presidente também disse entender que a constante troca no Ministério da Saúde e a inclusão de militares “sem experiência” agravou o cenário de combate à pandemia, chegando a comparar a decisão do governo federal aos tempos de ditadura militar. Em 15 de maio, o general Eduardo Pazuello assumiu interinamente a pasta após a saída de Nelson Teich, que tinha sucedido Luiz Henrique Mandetta no cargo.
Lula também não poupou críticas ao que ele chama de elites conservadoras, que apoiaram a candidatura de Bolsonaro e o que ele chama de “indústria das fake news”. Também fez referências aos posicionamentos de apoio à ditadura militar e ao episódio que fez com que o presidente fosse ao banco dos réus do STF (Supremo Tribunal Federal) acusado de incitação ao estupro — em dezembro de 2014, o então deputado federal disse em plenário que só não estupraria a deputada Maria do Rosário “porque ela não merece”.
Confira o vídeo:
7 de setembro | Lula fala ao Brasil
7 de setembro | Lula fala ao Brasil; assista agoraVídeo: Ricardo Stuckert
Posted by Lula on Monday, September 7, 2020
Conteúdo: UOL
Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil