Inspirados em colegas de profissão que tiveram êxito nas últimas eleições como o deputado federal capitão Alberto Neto (Republicanos) e os delegados Péricles (Polícia Civil) e Pablo Oliva (Polícia Federal), militares e policiais civis Amazonas já alimentam o sonho de entrar numa carreira política e se preparam para disputar uma das 41 cadeiras da Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Com uma carreira sólida na luta contra o crime no Amazonas por meio de sua atuação na Polícia Civil do Amazonas há 10 anos, o delegado Costa e Silva é um desses pré-candidatos. Ele afirmou, em entrevista ao Portal O Poder, que desde sua adolescência acompanha a política e se empolga para construir um Brasil melhor. “Nada mudou meu sentimento até hoje”, disse.
“A vontade de ser político surgiu em 2018 quando concorri para deputado estadual. Tive quase 5 mil votos e não entrei. Creio que Deus sabe o momento de todas as coisas, e agora chegou nosso momento”, acredita.
Pré-candidato a vereador pelo Patriota, cuja convenção acontece na manhã desta quarta-feira, 16, a motivação de entrar numa disputa eleitoral surgiu ao perceber que a população está “bastante” necessitada de serviços públicos de qualidade e no combate à corrupção
“Somos todos pagadores de impostos, mas há um desequilíbrio muito grande no tratamento dos menos favorecidos. Outra questão é o combate à corrupção, pois temos que ter pessoas que coloquem a cara a tapa para combater os crimes contra a administração pública, e não somente os crimes da sociedade mais pobre”, disse.
O delegado afirma que sua principal bandeira é a igualdade de tratamento para as pessoas e a dignidade na prestação dos serviços públicos e combate às eventuais corrupções que possam ocorrem.
“Como vereador quero estar desde o início do mandato próximo das comunidades, ouvir suas demandas e buscar soluções. Além disso fomentar e executar projetos sociais como forma de inserir pessoas no mercado de trabalho, bem como fomentar o esporte, palestras nas escolas, e usando essas ferramentas resgatar jovens da criminalidade, uso e venda de drogas”, garante.
Para o pré-candidato, a experiência como delegado é importante para fazer um bom combate às contratações irregulares de empresas por parte da prefeitura, além de superfaturamentos e empresas fantasmas. “Apresentar projetos de leis que sejam úteis para o povo, diferente de projetos que só servem para mudar nome de ruas e criar datas comemorativas é nosso papel”, alfineta.
Segundo o delegado, o grande desafio é convencer o povo da importância de seus votos. “Isso é uma conquista histórica. Esclarecer que vender o voto é totalmente prejudicial ao nosso povo. Convencê-los de que mesmo diante das decepções e dificuldades precisamos otimistas para lutar pela nossa nação até o fim”, disse Costa e Silva.
Renovação
O capitão da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Carpegiane Andrade, afirmou ao O Poder que ainda está avaliando sua filiação se vai lançar pré-candidatura, mas adiantou que está conversando com a liderança do Patriota.
O militar argumenta que é de origem humilde e revela cresceu vendo que a população precisa de políticas públicas voltadas para a comunidade. Sobre seu engajamento pelo social, o PM, que acumula inúmeros seguidores nas redes sociais, afirma que já são mais de cinco anos.
“Comecei a fazer até na mesma época que o capitão Alberto Neto. Não vou dizer que me motiva, né? Mas que de certa forma fortalece ainda mais aquilo que eu penso dentro daquilo que eu acredito. O capitão Alberto Neto vem fazendo um bom trabalho dentro do Amazonas, ele como um deputado federal a gente sabe que existe toda uma dificuldade até porque não depende só dele, mas que, sim, de certa forma motiva, motiva a fortalecer o grupo com o mesmo ideal”, disse sobre a inspiração para militar na carreira política.
O militar também destacou o momento turbulento, segundo ele, que o Brasil vem passando no cenário político. Diante disso, ele afirma que tem se sentido incomodado com a forma como alguns políticos, sem citar nomes, atuam.
“Legislam em causa própria e acabam esquecendo da população e eu até mesmo como policial militar já senti na pele essa dificuldade. Até mesmo com relação às leis, que possam de certa forma nos oferecer, uma retaguarda jurídica que possa de fato fazer com que nós policiais possamos trabalhar de forma mais livre”, disse.
O capitão, que ainda avalia sua candidatura, disse à reportagem que está analisando ainda todo o cenário, conversando com pessoas, conversando com os partidos e, que, até à convenção, prazo que se encerra nesta quarta, irá decidir.
“Eu eu como militar, a Constituição me garante que até a convenção eu possa decidir e assim me filiar a um partido político e colocar meu nome para quem sabe disputar uma vaga na Câmara Municipal de Manaus”, observou.
Ainda sem garantir candidatura, o capitão alfinetou e disse que a Câmara não pode ser um ‘puxadinho’ da Prefeitura de Manaus, precisa ter independência e, por isso, defende a renovação política do Legislativo municipal.
Álik Menezes, para O Poder
Foto: Montagem/Acervo pessoal