Os candidatos a Prefeitura de Manaus, Marcelo Amil (PCdoB), Romero Reis (Novo), Gilberto Vasconcelos (PSTU) e José Ricardo (PT) repercutiram o anúncio do governador do Estado, Wilson Lima (PSC), em decretar o fechamento de bares, restaurantes e balneários em decorrência do aumento de casos da Covid-19, nesta quinta-feira, 24.
Romero Reis informou que a possível segunda onda da Covid-19 “é preocupante” e firma que se as medidas passarem a valer a partir das 22h da noite o impacto econômico será mínimo, destacando a importância do trabalho e da produção para vencer a crise. Mas também reforçou o cumprimento das regras de contenção do vírus.
“A vida está em primeiro lugar. Temos que enfrentar esta situação com ações efetivas, como distanciamento social, máscaras e higiene. Temos vacinas em desenvolvimento que, em breve, vão nos permitir voltar à normalidade”, declarou.
Em seu manifesto contra a retomada escolar, Zé Ricardo desferiu críticas sobre a medida anunciada por Lima, informando que “o pior desse anúncio” é o retorno das aulas presenciais das escolas, onde segundo ele, alunos e professores “estão morrendo”.
“As escolas não estavam preparadas para essa reabertura, tanto que não conseguiram impedir a contaminação de cerca de mil professores. Qual a lógica dessa decisão? Será que, para o governo, professores, administrativos e alunos podem correr riscos? São dispensáveis?”, indagou o petista.
Além disso, Zé afirmou, em suas redes sociais, que pretende cobrar do Ministério Público um posicionamento diante dessa retomada das aulas. “Vou insistir em minha cobrança ao Ministério Público. Devemos proteger a vida; o ano letivo, poderemos recuperar”, acrescentou.
Marcelo Amil seguiu a mesma linha do adversário, informando que o fechamento é necessário devido ao número alto de contágios do novo coronavírus, porém, a escolha do retorno híbrido das aulas não foi satisfatório.
“Acho que a retomada das aulas do ensino médio já foi precipitada, retomar as do ensino fundamental é no mínimo um contrassenso no momento em que se determina o fechamento de bares e restaurantes”, explica.
“O fechamento nunca é uma boa escolha, acaba sendo uma medida necessária. Entretanto, o fechamento sozinho não resolve muita coisa, é preciso assegurar atendimento inicial a quem busca o sistema de saúde, ainda que com uma mera suspeita”, sugeriu o candidato sobre possíveis soluções para conter a disseminação da doença.
Segunda onda é realidade
Para o candidato do PSTU, Gilberto Vasconcelos, a segunda onda de contaminação da Covid-19 é realidade em Manaus e o decreto do governador, segundo ele, não passa de uma grande cortina de fumaça para distrair a população.
“Não acredito nas palavras do governador de que a volta às aulas não impactou o crescimento das contaminações. Acredito sim, nas palavras dos/das professores/as que sabem, inclusive que as atividades nas escolas estão muito aquém do planejado, devido ao adoecimento de professores e da ausência de alunos”, disse.
Na sua avaliação, decretar o fechamento de poucos ramos do comércio e reabrir as escolas de ensino fundamental da Seduc é apagar fogo com gasolina.
“Se o governo quisesse realmente combater pandemia, ele decretaria quarentena geral por 30 dias e seguiria as recomendações dos cientistas e entidades como a Fiocruz e garantiria que nenhum/a trabalhador/a perdesse seu emprego e seu salário nesse período”, disse.
A reportagem de O Poder também entrou em contato com os demais prefeituráveis, por meio de suas assessorias, para repercutir o decreto, sem retorno.
Da Redação O Poder
Foto: Tácio Melo/Secom