fevereiro 24, 2025 08:59

Apeam rebate Serafim Corrêa e afirma que honorários de 10% não são inconstitucionais

O presidente da Associação dos Procuradores do Estado do Amazonas (Apeam), procurador Aldenor Rabelo, questionou as declarações do deputado Serafim Corrêa (PSB) que, durante a sessão híbrida de ontem quinta-feira, 15, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), cobrou que o governo do Estado proibisse a cobrança de 10% de honorários da Procuradoria Geral do Estado (PGE) das empresas devedoras de tributos estaduais que vai direito para a Apeam.

Serafim ainda chegou a afirmar que o governo deveria enviar para a Assembleia o projeto do Refis (Regularização Fiscal) para facilitar a regulamentação de comércios e indústrias inadimplentes com o Estado.

O procurador Aldenor Rabelo falou com exclusividade ao Portal O Poder que respeita o posicionamento do deputado Serafim Corrêa, mas explicou que a cobrança dos 10% de honorários criticados pelo parlamentar não é ilegal.

“Respeitamos o posicionamento do deputado Serafim. Cremos ser importante deixar claro, contudo, que todos os pontos suscitados quanto aos honorários já foram questionados também pelo Ministério Público Federal na ADPF n. 597 e apreciados pelo Supremo Tribunal Federal. Tanto as leis e regulamentos amazonenses quanto as dos demais Estados da Federação foram declaradas constitucionais, ou seja, são legítimos. Não estamos, portanto, falando de algo aplicável exclusivamente no Estado do Amazonas”, explicou.

Durante o seu pronunciamento, o deputado Serafim Corrêa saiu em defesa das empresas devedoras que enfrentam dificuldades no processo de regularização de dívidas tributárias com o Estado, mesmo com a possibilidade de Refis.

“O governo do Estado já está autorizado pelo Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), desde o dia 2 de setembro, para fazer o Refis. Os outros Estados que foram autorizados, juntamente, já fizeram as suas leis, mas a nível de Estado do Amazonas, as coisas não andam, as coisas não funcionam”, alfinetou.

Na avaliação de Serafim, a cobrança de honorários, que na maioria das vezes ultrapassa o teto do STF (Supremo Tribunal Federal), pela PGE é uma “afronta à Constituição”.

“Aquilo é uma barreira para qualquer empresário se regularizar. Quando o empresário chega lá (PGE), eles dizem que têm que pagar 10% dos honorários que vai direto para a Associação. O Supremo diz que esses procuradores podem ganhar honorários, mas até o teto do Supremo quando somados com os seus vencimentos. Nenhum procurador ganha menos de R$ 39 mil”, esclareceu o deputado.

Serafim ainda cobrou que o governo do Estado venha intervir na situação e envie um projeto proibindo a prática da PGE, o que considera uma afronta aos comerciantes e aos industriais.

“Enquanto o governo não quiser enxergar que ele tem um obstáculo contra ele próprio, que ao invés de ajudar, atrapalha, nós não vamos sair dessa mesmice. Vejo o empresariado acuado, com medo de brigar com a PGE, que com essa postura inconstitucional e está complicando a vida do governo do Estado. Não bastam as complicações que o governo já tem, e não são poucas, e o governo aumenta ainda mais, porque ele não quer mexer com aquilo que está errado”, concluiu.

O Portal O Poder entrou em contato com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) que afirmou que o Projeto Refis já foi concluído e está em fase de avaliação na Casa Civil do governo do Estado e dever ser enviado para a Aleam nos próximos dias.

 

 

 

Augusto Costa para O Poder

Foto: Divulgação

Últimas Notícias

Polícia Federal faz operação no TJAM

Equipes da Polícia Federal estão nas ruas de Manaus desde as primeiras horas da manhã de hoje, 24. Os...

Mais artigos como este

error: Conteúdo protegido!!