Mais uma vez neste período de campanha eleitoral, os deputados estaduais reservaram a quinta-feira, último dia de sessão legislativa, para uma reunião relâmpago, que durou apenas 40 minutos, hoje, e que concilia o início de um feriadão prolongado: sexta-feira será o ponto facultativo por conta do Dia do Servidor Público e, na segunda, 2 de novembro, é feriado de Finados.
A sessão se resumiu ao pequeno expediente e foi marcada por discursos e temáticas diferentes dos deputados presentes, a exemplo da coletiva do vice-governador Carlos Almeida Filho (sem partido), ontem, e que causou tumulto e agressões a jornalistas e da proposta de privatização do Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros.
Serafim Corrêa (PSB) foi o primeiro a se pronunciar, ao afirmar que repudiava as agressões sofridas pelos jornalistas Rosiene Carvalho, Cynthia Blink, Judie Pereira e o cinegrafista Adriano dos Santos, ocorridas no pronunciamento do vice-governador.
“Lamentavelmente ontem numa coletiva chamada pelo vice-governador Carlos Almeida ocorreram incidentes que terminaram com a agressão a jornalistas. Quanto um jornalista é agredido a liberdade de expressão é agredida. Não quero atribuir culpa ao vice-governador que é marinheiro de primeira viagem e se ele não queria falar com a imprensa deveria ter distribuído nota ou gravar um vídeo”, alfinetou.
Na esteira do colega, deputado delegado Péricles (PSL) também repudiou as agressões sofridas pelos profissionais da imprensa.
“Sou solidário aos jornalistas agredidos ontem devido há uma trapalhada do governo do Amazonas. Falta de respeito com os jornalistas e a sociedade. Primeiro o desrespeito começou quando ele leu apenas uma nota. Se é pra ler uma nota é melhor divulgar. Isso foi uma falta de respeito a todos que estavam assistindo para ver se teria algo novo em relação a operação da PF. Após o ocorrido a corda quebrou para o lado mais fraco e foi punida uma sargento da PM que estava apenas cumprindo ordens”, avaliou.
Fiscalização hospitais
O incêndio ocorrido essa semana num hospital federal no Rio de Janeiro chamou a atenção do deputado Wilker Barreto (Podemos), que aproveitou o fato e cobrou o Corpo de Bombeiros do Amazonas para que fiscalize os itens de segurança dos hospitais públicos e particulares de Manaus. Segundo Wilker, ele já apresentou requerimento aos bombeiros solicitando as fiscalizações e até o momento não obteve resposta.
“Já fiz um requerimento que os bombeiros fiscalizassem os hospitais públicos e privados e enviasse a Aleam o documento que os hospitais estão dando segurança às pessoas que estão lá enferma. O requerimento tem força regimental e até essa data o Corpo de Bombeiros não respondeu a essa casa. E eu fico pensado o João Lúcio e o 28 de Agosto lotados. Estou muito preocupado com o que aconteceu no Rio de Janeiro para que não aconteça no Amazonas. Mas para que não aconteça temos que estar um passo a frente principalmente nos hospitais públicos que é nossa responsabilidade fiscalizar”, cobrou.
Privatização SUS
A presidente da Comissão de Saúde da Aleam, Mayara Pinheiro (PP) saiu em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) que pode ser privatizado pelo governo federal de acordo com as diretrizes do decreto 10.530 de 26 de outubro de 2020. .
“A minha fala essa semana é em defesa do SUS. Na última terça-feira, 27, foi assinado um decreto 10.530 que autorizava estudos visando a privatização das UBS e atendimento primária do sistema. Eu quero acreditar que deva ter sido ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes que já se mostro diversas vezes não afetivo aos mais necessitados”, criticou.
Na avaliação da deputada, o SUS embora a fragilidade entre acertos e defeitos durante a pandemia do novo coronavírus, segundo ela, salvou milhares de vidas e vem assistindo milhares de brasileiros desde a sua consolidação na década de 80.
“Na verdade o que precisa é aprimorar o nosso sistema de saúde, melhorar e valorizar porque milhares de brasileiros dependem exclusivamente do SUS e ele tem prestado bons serviços em vários estados e aqui no Amazonas ele precisa ser cada vez mais fortalecido e aprimorado”, concluiu.
Augusto Costa para O Poder
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