Alvo da Justiça Eleitoral do Amazonas, após “sujar’ praticamente toda a cidade com santinhos pelas ruas e calçadas na eleição deste domingo, 15, em Manaus, o vereador Reizo Castelo Branco (PTB) encerrou, no pleito 2020, sua trajetória de ascensão no Parlamento Municipal. De jovem político promissor, eleito em 2008, a um decadente parlamentar que não ultrapassou 1,8 mil votos, doze anos depois da primeira eleição.
Filho do ex-deputado federal Sabino Castelo Branco, Reizo buscava seu quarto mandato consecutivo na Câmara Municipal. Mas, no pleito deste ano, ele conseguiu apenas 1.779 votos. O número destoa de sua trajetória de sucesso nas urnas.
Em 2008, então com 21 anos de idade, o jovem candidato se elegeu com uma votação expressiva com 12.327 votos, surpreendendo à época o meio político e surfando na popularidade do pai, Sabino Castelo Branco.
Quatro anos depois, no pleito de 2012, ao disputar a reeleição, Reizo mostrou seu poder nas urnas, sendo o candidato a vereador mais votado daquela eleição, com 18.109 votos.
Após dois mandatos legislativos de êxito, o declínio começou a se desenhar na eleição de 2016. Ele foi reeleito para o terceiro mandato, mas conquistou apenas 10.403 votos.
Quatro anos depois, uma queda brusca e expressiva: nesta eleição de 2020, ele conseguiu escassos 1.779 votos, numa eleição para vereador super disputada com 1.411 candidatos correndo pelas 41 cadeiras do Legislativo municipal.
Santinhos
Talvez ciente de seu fraco desempenho legislativo e político no último quatriênio, Reizo decidiu apelar numa última tentativa de reconquistar o eleitorado perdido: a cidade amanheceu “abarrotada” de santinhos e panfletos com a propaganda e número do candidato nas urnas.
A prática é enquadrada como crime eleitoral, o que pode lhe render multas e até mesmo um processo de cassação de registro do candidato infrator. A medida foi duramente criticada pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), desembargador Aristóteles Thury.
“Com relação a essa sujeira que é promovida por maus candidatos que não obedecem a Lei Eleitoral, que emporcalham as nossas ruas, isso não deve acontecer, eleições passam e a mesma prática, má prática, nesse sentido de emporcalhar a cidade vem sendo mantida”, dispara.
Conforme o desembargador, na eleição passada houve muitas multas sobre o descarte nas vias desses materiais, e nesse pleito, não será diferente.
“O setor de propaganda do nosso Tribunal Eleitoral está fazendo esse levantamento para futura providência por parte do tribunal”, assegura Thury em razão das denúncias recebidas.
Da Redação O Poder
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