setembro 18, 2024 22:13

Com o fim do auxílio emergencial, beneficiários em Manaus começarão 2021 na incerteza

Com o fim do auxílio emergencial do governo federal em dezembro de 2020 e, o aumento exponencial nos números da Covid-19 no Amazonas, o panorama de expectativas para este ano que inicia se desenha desanimador para os manauaras que dependem dessas medidas para sobrevivência. Mesmo com planos do prefeito David Almeida (Avante), a ajuda não deve alcançar a casa do manauara em janeiro.

Na sua campanha eleitoral, David apresentou a proposta de criar um programa de auxílio financeiro no valor de R$ 200 para 40 mil moradores da capital. 

Sobre a execução da proposta, a assessoria do prefeito disse ao O Poder que o plano apresentado durante a campanha já foi estudado por especialistas e está desenhado, mas que por se tratar de um projeto de lei, deverá passar por todo protocolo de aprovação, pelos vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM), para enfim chegar ao cidadão. A Câmara só retorna suas atividades em fevereiro.

Muitos afetados

A camada de  “invisíveis” na população brasileira foi revelada a olhos nus. Descobertos durante a pandemia do coronavírus, uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que 38 dos 68,7 milhões de brasileiros que receberam auxílio não são cadastrados no programa do Bolsa Família, gerando a expectativa de que essa taxa populacional começará 2021 desempregada e sem um fonte de auxílio.

A FGV também mostrou que a maior parte dos beneficiários do auxílio são trabalhadores informais (64%), e que 74% deles têm renda de até R$ 1.254 e possuem baixa escolaridade (55%).

Outra pesquisa, dessa vez do Instituto Datafolha, mostra que entre as famílias que recebem o auxílio emergencial, 36% não têm outra fonte de renda. E com a redução do auxílio de R$ 600 para os R$ 300 atuais, 75% das famílias reduziram a compra de alimentos, e 65% diminuíram a compra de remédios.

Em coletiva o fim de 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes falou sobre a situação do mercado de trabalho ao apresentar brevemente os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Sem voltar a citar uma possível prorrogação do auxílio, o ministro discursou com esperança sobre o crescimento do mercado formal brasileiro acima do esperado, mas não pode deixar de admitir que a previsão não é a mesma para o informal. “Seguimos preocupados com os invisíveis. Vamos cuidar disso aí na frente”, afirmou.

Amazonas

Em 2019, o Amazonas registrou  1,9 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. De acordo com o número publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa faixa representa 47,4% da população no Estado.

A lista de beneficiados pelo Auxílio no Estado é menor, com 1,2 milhões aprovados que receberam cinco parcelas de R$ 600 e quatro de R$ 300 durante o ano. Desse total, 636 mil estão concentrados na capital.

Soma-se a isso o aumento no casos de Covid-19. Assim como em todo o país, o Amazonas apresenta crescimento nas últimas semanas, diretamente vinculados às movimentações de fim de ano. Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), o Estado fechou o ano com mais de 200 mil infectados e 5,2 mil mortes em decorrência do vírus.

 

 

 

Sharon Marques, para O Poder

Foto: Divulgação

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