Vereadores trocam “farpas” durante Sessão na Câmara

O vereador Wallace Oliveira (PROS) alfinetou Rodrigo Guedes (PSC) durante seu discurso no Pequeno Expediente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) desta segunda-feira, 29. Guedes fez uma declaração a um portal local de que a Audiência Pública realizada na sexta-feira, 26, com a concessionária Amazonas Energia “não iria adiantar nada”.

“Presidente, gostaria de solicitar ao vereador Rodrigo Guedes que tome muito cuidado quando fizer algum comentário a respeito da atuação da Comissão de Defesa do Consumidor desta Casa Legislativa. Ninguém está aqui para perder tempo ou brincar. A mesma importância que deram à solicitação de Rodrigo Guedes, deram a minha e de todos os outros”, criticou o vice-presidente da CMM, Wallace Oliveira.

O parlamentar contou que se sentiu atingido pelo comentário de Guedes, ao qual ele rotulou de “depreciativo”. Ele também lembrou que esteve presente na Audiência Pública realizada na sexta-feira e que não faz parte da Comissão de Defesa do Consumidor.

“Esse tipo de descrédito não pode existir. Nós somos demandados e os mecanismos são esses. Agora falar para a população que a Audiência Pública não adianta nada? É algo que traz um desgaste desnecessário”, repreendeu o vereador que, ao fim de seu discurso, foi aplaudido pelos colegas parlamentares.

Amom Mandel (Podemos) também criticou Rodrigo Guedes (PSC) e saiu em defesa dos vereadores. “De fato, não é em vão o trabalho desta Casa. Na Audiência Pública eu vi algumas atitudes que, sinceramente, eu não esperava. Digo sim, que iremos endurecer as medidas contra a Amazonas Energia e que cada vez mais tornaremos esta Legislatura a mais atuante de todas”, disse Mandel.

Defesa

Rodrigo Guedes se defendeu durante o discurso na tribuna. Ele assumiu o tom polêmico da frase. “Eu vou deixar bem claro o que eu quis dizer: nós temos um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que foi protocolado há 37 dias nesta Casa, com a assinatura de 20 vereadores que merecem respeito e precisam dar satisfação para a população”, disse Guedes.

De acordo com o vereador, ele participou de mais de dez audiências públicas com a concessionária Amazonas Energia. “sempre foi do mesmo jeito e nunca deu em nada”.

“Óbvio que eu não vou desmerecer nenhum dos vereadores que vieram aqui com a melhor das intenções. Todos, e eu assisti a audiência, manifestaram-se de forma contundente”, falou.

Guedes exemplificou que a CPI tem muito mais recursos do que uma Audiência Pública como perícia, poder de requisitar documentos e solicitar quebra de sigilos, conduções coercitivas, entre outros. Ele também citou parte do discurso de Amom Mandel que falou que se o vice-presidente, Radyr Gomes de Oliveira, estivesse em uma CPI poderia ser preso.

“Se compararmos um instrumento de audiência pública com a CPI, há abismo entre esses dois instrumentos. Se nós temos um pedido de CPI, temos que receber uma resposta sobre ela. Por isso que não vim (para a audiência)”, argumentou.

O vereador Amom Mandel (Podemos) respondeu em comunicado ao parlamentar Rodrigo Guedes, falando que a audiência pública não depende de autorização de CPI para acontecer.

“O proponente da CPI nem se deu ao trabalho de comparecer à Audiência Pública. Fica minha nota de repúdio aqui. O nosso trabalho é significativo e serviu para que recebêssemos os esclarecimentos necessários”, manifestou-se Mandel.

Priscila Rosas, para O Poder

Foto: Robervaldo Rocha/ CMM