Falta de quórum na CMM causa nova discussão entre vereadores

A vereadora Glória Carratte (PL) reclamou da conduta de alguns vereadores presentes de forma on-line no Pequeno Expediente desta quarta-feira, 14, da Câmara Municipal de Manaus (CMM). De acordo com a parlamentar, alguns vereadores congelam a foto na Sessão virtual e não prestam atenção no plenário, enquanto outros até comparecem, mas saem antes do término.

Glória Carrate também sugeriu que as sessões híbridas da Casa Legislativa acabassem para evitar esse tipo de ação. Ela foi apoiada pelos demais vereadores presentes no plenário Adriano Jorge.

“Os trabalhadores estão pegando ônibus e expondo-se ao vírus. Nós, a minoria, não podemos protelar isso. Temos que trabalhar de forma firme, forte e presencial. Temos três dias paras trabalhar e eu não posso dar mau exemplo para o povo de Manaus que me confiou um sexto mandato”, relatou Carratte.

“Muitos vereadores não estão vindo trabalhar, congelam sua imagem na forma virtual e não prestam atenção no plenário. Conto com a colaboração, com a atenção e com o apoio dos que estão aqui”, continuou.

Glória Carratte expôs em plenário que a irmã faleceu e, mesmo assim, foi trabalhar na última segunda-feira, 12. “Temos que ter um compromisso com o povo. São três dias para trabalhar na Casa, inicia às 9h e vai até, no máximo, 13h. É pedir muito? Pelo amor de Deus, o povo não merece isso. Desculpe-me a quem caiu a carapuça, porque eu estou aqui e são sempre os mesmo vereadores que estão presentes. Ontem foi uma vergonha com vereador se pronunciando para ninguém. Isso aqui é interesse nosso, temos que respeitar a população da nossa cidade, é o mínimo que devemos fazer”, disse indignada.

Para a parlamentar, os vereadores são completamente capazes de estarem presentes nas Sessões Plenárias do Parlamento Municipal. “Chamo a atenção dos que não vêm trabalhar. Eu não estou citando ninguém. Temos que estar aqui fazendo quórum ao invés de estar na rua tapando buraco. Aqui eu não tenho voto, tenho na rua, mas cumpro meu dever. Quem quiser ficar chateado, que fique”, finalizou a parlamentar.

Apoio

Ao final do discurso, Glória Carratte foi aplaudida pelos demais vereadores presentes. Ela teve o apoio do presidente da Sessão, Wallace Oliveira (Pros).

Everton Assis (PSL) lembrou que fez a indagação na Sessão de terça-feira, 13, e Rodrigo Guedes (PSC) pediu que os vereadores votassem pelo término da sessão híbrida. Já Professor Samuel adotou uma postura mais diplomática sugerindo que os vereadores se reunissem com o presidente da Casa, David Reis (Avante), para resolver esses questionamentos. Ele classificou a discussão como precipitada e que os parlamentares não conhecem a situação dos colegas ausentes.

Amon Mandel (Podemos) também relatou, por meio de redes sociais, que pediu por uma chamada nominal para verificar a presença dos vereadores na Sessão Plenária, mas não foi atendido.

Atritos

No início da Pequeno Expediente, o vereador Jaildo Oliveira acusou o presidente da Sessão, Wallace Oliveira, de “cessar seus direitos” por não tê-lo inscrito no Pequeno Expediente. Oliveira, por sua vez, se defendeu usando o Regimento Interno da CMM, falando que o limite de 15 oradores já tinha sido preenchido.

Priscila Rosas, para O Poder

Foto: Robervaldo Rocha/ CMM