Marcelo Serafim ‘alfineta’ Amom Mandel para defender a Semsa

Os vereadores Marcelo Serafim (PSB), líder do prefeito David Almeida (Avante), e Amom Mandel (Podemos), da oposição, “se estranharam” no início do Pequeno Expediente da Câmara Municipal de Manaus (CMM) desta segunda-feira, 19. Em seu discurso, Marcelo Serafim “alfinetou” o colega ao responder sobre a disponibilidade de vacinas da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

“Na semana passada, o nobre colega vereador Amom fez alguns questionamentos em relação às sobras de frascos das vacinas. Eu me sinto na obrigação de subir na mesma tribuna que Vossa Excelência subiu para dar os devidos esclarecimentos, não para o Parlamento, mas para a sociedade. Vossa Excelência vem de uma família de juristas, de pessoas que são justas: vossa Mãe e o desembargador Chalub, pelo qual tenho o maior respeito. Tem um futuro brilhante pela frente e por esse motivo, não pode e não deve cometer injustiças”, começou Marcelo Serafim.

“As sobras da vacina, que todos os dias sobram e nós sabemos disso, são recolhidas e levadas para o Disa Oeste (Distrito de Saúde Oeste), sede da imunização. De lá, por meio de uma Nota Técnica e uma Lista pré-estabelecida, pessoas são diariamente convocadas na lista de sobra da vacina”, continuou o parlamentar ao dizer que as sobras são destinadas aos profissionais de saúde que ainda não foram vacinados.

Todas as informações, de acordo com o vereador, estão disponíveis no site da Prefeitura de Manaus. Marcelo Serafim aproveitou também para explicar mais sobre a vacinação realizada pela gestão municipal. “Hoje eu não falo como vereador ou líder do prefeito. Eu falo como servidor da Semsa, vereador Amom. Estou todos os fins de semana trabalhando para que Manaus tenha os números de hoje. Aplicar 96% das vacinas D1 recebidas é motivo de aplausos desse Parlamento e não de críticas infundadas. Todas as vezes que Vossas Excelências tiverem dúvidas da vacinação, eu estarei aqui para dirimir toda e qualquer dúvida”, disse o parlamentar defendendo a Semsa e o vacinômetro da prefeitura.

“Sejamos justos e honestos. O papel fundamental desse Parlamento é fiscalizar os atos do Executivo. Que tenhamos a coerência e a decência de buscarmos as informações corretas. Não pensem que não sou um crítico”, finalizou.

Questão de Ordem

Após o discurso do colega, o vereador Amom Mandel (Podemos) pediu Questão de Ordem para se defender. Em um primeiro momento, Wallace Oliveira (Pros), que está presidindo a Sessão Plenária desta segunda-feira, 19, pediu a fundamentação dentro do Regimento Interno (RI) para poder cedê-la a Mandel.

Após autorização, Amom defendeu-se ao dizer que Marcelo Serafim não é um representante da Semsa e que a Pasta não retornou seus questionamentos. “Injustiça, na verdade, é deixarem de me responder e passar o prazo do Requerimento esperando que as informações apareçam do nada. É um dever da Secretaria e não do senhor, enquanto servidor. Agradeço, sim, pela gentileza de trazer as informações. Só espero que as informações venham pelas vias oficiais”, falou.

O presidente da Sessão explicou que a resposta deveria ser num comunicado parlamentar, indeferindo-a. Logo depois, também cedeu uma Questão de Ordem a Marcelo Serafim.

“Presidente não é uma questão de ordem, é só para repor a verdade. Nós sabemos que Manaus pode vacinar muito mais do que está vacinando. Mas nós não temos doses para isso. Então, não adianta vir com esse discurso de que pode fazer. Só é conseguir mais doses que a Prefeitura vai vacinar. E eu não ofendi, em nenhum momento, o vereador Amom, pelo qual eu tenho maior respeito por ele e sua família”, rebateu.

O parlamentar também falou da Questão de Ordem improcedente do colega. “Para a ciência dele, pelo fato de ser vereador, não me eximo do fato de ser servidor. Eu não posso aceitar que a secretaria da qual faço parte seja ofendida como foi semana passada”, concluiu.

“Da mesma forma, indeferida”, disse Wallace Oliveira terminando o mal-estar entre os vereadores.

Priscila Rosas, para O Poder

Foto: Acervo O Poder