setembro 7, 2024 20:37

Cheia de 2021 já causou prejuízo de R$ 165 milhões, diz Idam

O prejuízo causado pela cheia no Amazonas para os produtores rurais já chegou a R$ 165 milhões centralizados em 23 municípios. A informação é do diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural (Diter), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Luíz Herval.

“Esse levantamento é atualizado toda quinta-feira. A perda iniciou-se nos municípios do Purus e Alto Juruá e agora atinge as proximidades de Manaus e cidades do Baixo Amazonas. A tendência é que até a segunda quinzena de junho esse número aumente de forma bastante expressiva”, disse o especialista durante Audiência Pública realizada nesta segunda-feira, 10, de autoria do deputado estadual Dermilson Chagas (Podemos).

De acordo com Herval, Manacapuru, na Região Metropolitana de Manaus, entrou nas últimas semanas no levantamento e é um dos municípios mais expressivos para a economia estadual. No total, os produtores de 41 itens estão sofrendo os prejuízos da cheia como, por exemplo, cacau, hortaliças, frutas, mandioca, macaxeira, mamão, etc.

O representante da Secretaria de Produção Rural, Airton Schneider, mostrou alguns dados do combate da Pasta para diminuir os efeitos causados pela enchente no bolso dos produtores rurais do Amazonas. Entre eles, está a aquisição de ração e insumos, crédito emergencial para os produtores e feirantes cadastrados na Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), anistia de parcela do Procalcário e Promecanização,  entre outros.

“O Plano Safra é o norteador do sistema. Ele contêm todas as principais linhas de ação e uma convergência de captar e nos apontar direcionamento para ações. Ele tem duração de dois anos e será lançado o 2021-2022 pelo Governo do Estado”, informou.

Aumento de Preço 

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, contou que o momento é preocupante e grave, principalmente porque soma-se ao cenário da Pandemia de Covid-19. Por isso, a Faea encaminhou um documento ao governador do Estado, Wilson Lima, com pleitos para diminuir os impactos causados pela cheia aos produtores rurais.

“Um pleito nosso é a ampliação da dotação orçamentária para compra de produtos regionais que estão sendo desperdiçados e atingidos com perdas em razão da rápida subida das águas nos nossos rios. A adoção de subsídio para aquisição de ração, cevada, sal mineral e casquinha de soja. Temos visto com muita preocupação o impacto da cheia histórica na Pecuária”, relatou Muni.

Ele contou que que recebeu relatos de associações e pecuaristas que apontam para uma provável mortalidade alta de rebanhos no interior.

“Produtores e criadores tendo que transferir rebanhos da área de várzea para a terra firme sem que tenhamos oferta de pastagem. O custo subiu significativamente. Antes, era R$ 30 por cabeça. Hoje, chega até R$ 100”, lamentou.

Além disso, ele também denunciou o aumento da casquinha de soja no inicio da enchente por causa do aumento de milho nacionalmente, falta de logística no transporte de animais e o pedido de planejamento prévio para distribuição de sementes a fim de evitar um êxodo rural.

Audiência Pública

A Audiência Pública teve como tema “A enchente de 2021 e os impactos aos produtores” e foi proposta pelo deputado estadual Dermilson Chagas, presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Aquicultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Comapa). Na ocasião, estavam presentes representantes da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Amazonas (Fetagri), da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), do Comando Militar da Amazônia (CMA), da Comissão de Agricultura da Câmara Municipal de Manaus, da Defesa Civil do Amazonas, do CPRM, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), prefeituras municipais, da Associação Amazonense de Municípios (AAM), da Federação dos Pescadores, da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon), do Conselho Regional de Administração do Amazonas (CRA-AM), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea).

 

 

Priscila Rosas, para O Poder 

Foto: Bruno Zanardo/SECOM

 

 

 

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