Os atos de vandalismo contra agências bancárias, escolas, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), ambulâncias, praças públicas e delegacias, ocorridos no último fim de semana em Manaus, repercutiram nesta terça-feira, 8, entre os deputados na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). Os parlamentares pediram investimentos na área de inteligência na segurança pública e reforço de tropas militares nas fronteiras do Amazonas.
O deputado Fausto Júnior (MDB) afirmou que o tema que assombrou a sociedade foi a insegurança com ataques na capital e interior. “Vivemos dias de verdadeiro terror na nossa cidade. Muito foi falado que o problema está na valorização da polícia e eu concordo. Por mais que se arme bem a polícia, a situação só vai ter fim quando entrarmos na ‘ferida do braço’ financeiro das organizações criminosas com a diminuição do consumo de drogas”, afirmou.
Na esteira do colega, o deputado Delegado Péricles (PSL) citou que os atos de violência ocorreram devido a morte de um dos líderes de uma facção criminosa. “Sabemos que as facções criminosas estão fortemente armadas e o sistema de segurança pública está muito aquém do poderio bélico das facções”, ressaltou.
Fiscalização nas fronteiras
O deputado Álvaro Campelo (PP) preferiu adotar uma visão mais estratégica em relação à segurança pública. O parlamentar disse que por onde tem viajado percebe o problema do tráfico de drogas. “Há necessidade de uma ação mais efetiva e conjunta do Exército, Polícia Federal e Polícia Militar para guarnecer as fronteiras e fazer um trabalho que possa efetivamente dar resultados no dia a dia da população”, cobrou.
Campelo ainda solicitou a realização de concurso público para a Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, justificando que o efetivo está defasado.
Serafim Corrêa (PSB) foi na esteira do colega e destacou a fragilidade na tríplice fronteira do Amazonas com Colômbia e Peru, por onde entra boa parte da droga no país.
“Todos nós sabemos por onde entra a droga no Brasil. Ela entra pela tríplice fronteira Brasil, Colômbia e Peru pelo rio Solimões, onde a ausência de policiamento se faz sentir. Só se consegue barrar com serviço de inteligência, integração das forças de segurança estaduais e federais. O que fazem 200 mil fuzileiros navais no Rio de Janeiro? Nada, ninguém vai atacar o Rio de Janeiro, mas o Brasil está sendo atacado pela fronteira fluvial nos rios Solimões e Javari”, afirmou.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins