Roraima – Mesmo após perder a concessão, em 2016, para fornecer energia elétrica aos 14 municípios do interior de Roraima, o governo do Estado continua tendo gastos para manter a estrutura da Companhia Energética de Roraima (CERR). Recentemente, foram mais de R$ 19 milhões retirados dos cofres públicos para o caixa da empresa.
De acordo com o Diário Oficial do Estado (DOE) de segunda-feira, 21, os R$ 19.355.747,13 foram usados para várias despesas. A publicação não informa o período correspondente dos gastos.
Mais de R$ 190 mil foram destinados para manutenção de serviços administrativos gerais da companhia. Outros R$ 50.125,47 para conservação de bens e imóveis. Para a administração de Recursos Humanos, o governo desembolsou R$ 9.023,71. Há outros valores cuja destinação não foi especificada na planilha.
Em entrevista concedida a O Poder nesta sexta-feira, 25, o economista e presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima (STIURR), Gissélio Cunha Costa, comentou sobre o quadro atual de servidores da CERR, porém, sem apresentar números.
Ele destacou que acompanha de perto a situação dos servidores, principalmente dos efetivos.
“A CERR tem centenas de empregados concursados e o sindicato pleiteia a garantia de emprego por meio do remanejamento desses trabalhadores a outras empresas ou instituições do governo estadual”, comentou.
Costa reforça que o sindicato tem atuado para manter os postos de trabalho dos servidores da companhia.
“A pessoa jurídica deve ser liquidada em breve. É o acionista majoritário que define o ritmo e quando. Em relação ao quadro de pessoal [concursados], muitos desses empregados estão cedidos para diversos órgãos da administração direta do governo estadual”, ressaltou.
Concessão
Em agosto de 2016, o governo federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), decidiu não renovar o contrato de concessão da distribuidora Companhia Energética de Roraima. À época, a empresa era responsável pela energia de todos os municípios do Estado.
Sem respostas
O Poder entrou em contato com o governo do Estado para questionar se os mais de R$ 19 milhões pagos são referentes a um mês de despesas para manter a companhia, qual a situação da CERR após perder a concessão, quantos são os servidores efetivos e comissionados da companhia e se há algum planejamento para transferir os concursados para outra instituição do Estado. Até a publicação da matéria, não houve respostas.
Anderson Soares, para O Poder
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