A polêmica envolvendo o voto impresso e audível, que vai ser discutido na Câmara Federal a partir da volta do recesso parlamentar, também está gerando manifestações contra e a favor entre os deputados da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19 estabelece que “no processo de votação e apuração das eleições, dos plebiscitos e dos referendos, independentemente do meio empregado para o registro do voto, é obrigatória a expedição de cédulas físicas conferíveis pelo eleitor”.
O deputado Serafim Corrêa (PSB), ao ser questionado pela reportagem sobre a possibilidade da mudança no sistema de votação e se o atual processo em urnas eletrônicas era confiável, se manifestou a favor de manter o sistema atual. O parlamentar também é contra consultar o eleitor sobre as prováveis mudanças.
“Sou contra a mudança. A urna eletrônica é confiável e auditável. Seria o mesmo que consultar os correntistas para saber se são contra ou a favor das novas tecnologias como o PIX”, avaliou.
Já Therezinha Ruiz (PSDB) se manifestou a favor da mudança. A deputada acredita que os eleitores deveriam ser consultados e opinar sobre a possibilidade da mudança no sistema de votação, embora acredite que não haverá tempo suficiente para isso.
“A população deve ser ouvida, ao menos a camada social representativa deveria ser ouvida. A urna eletrônica tem a sua validade e foi reconhecida por muitos países, mas se é para tranqüilizar o eleitor, para ter certeza, então há o voto impresso, que não vai alterar o processo, mas somar ao que nós temos hoje. Sou a favor das duas coisas, uma complementa a outra e você não tem dúvidas do que está votando”, afirmou.
Dermilson Chagas (Podemos) foi na esteira da colega e afirmou que a mudança na votação deve acontecer e que tudo que tem mais transparência ao processo eleitoral será bem-vindo. O parlamentar também questionou o aumento dos custos de mais de R$ 2,5 bilhões para implantar o processo.
“Vai ter a questão do custo, mas o que for o mais transparente possível para o eleitor e a sociedade, melhor é. Acredito que esse processo tem que ser o máximo possível transparente. É como aquela situação do pleito passado, quando falaram para alguns deputados, que deu até processo de prisão, que dentro do sistema do TRE poderia alterar o resultado da eleição. Então quanto mais transparente o processo, para mim é melhor”, ressaltou.
O deputado Felipe Souza (Patriota) também se manifestou a favor da mudança na votação eleitoral. “Sou a favor do voto auditável. Acredito que quanto mais meios tivermos para garantir a lisura do pleito, melhor. Acho importante”, disse.
O deputado delegado Péricles (PSL) afirmou que é favorável a mudança. “Sou totalmente favorável. Quem seria contra a garantia de um voto auditado, da confirmação de um direito do cidadão? É assegurar a democracia. O que precisaos inicialmente esclarecer é que um processo impresso não anula o eletrônico”, afirmou.
A líder do governo do Estado na Aleam, deputado Joana Darc, afirmou que ainda não tinha uma conclusão sobre o tema da votação impressa e audível.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins