novembro 28, 2024 20:39

Indústria testa insumo amazônico em sua linha de produção no PIM

A Zona Franca de Manaus (ZFM) detém diferenciais competitivos que tornam sua área de abrangência (estados da Amazônia Ocidental e o Amapá) um ambiente favorável a negócios, tendo em vista os incentivos ofertados pelo governo federal à região e administrados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). A integração destas empresas com o que a Amazônia tem a oferecer a partir de seus insumos biológicos deve permitir o efetivo avanço da bioeconomia regional, e este conceito passa a ser cada vez mais presente no parque industrial local.

Empresas têm atuado para adequar suas linhas de produção a fim de trabalhar com bioativos amazônicos e, assim, tornarem-se mais responsáveis não apenas economicamente, mas também ambientalmente. É o caso da Sousa Motos, empresa instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM) desde 2010, fabricante de um nicho de motocicletas e bicicletas, e dona da marca Sousa Lev, de caixas d’água, que tem buscado matérias-primas regionais para incorporar ao seu processo fabril.

A iniciativa foi tratada durante agenda conjunta que reuniu representantes do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), da Suframa e da empresa, na segunda quinzena de julho, ocasião na qual um dos materiais biológicos amazônicos de maior potencial para a indústria local, o curauá, foi acrescentado em teste para compor a fabricação de caixas d’água.

Resistência

Devido às suas propriedades que o tornam tão ou mais resistentes que a fibra de vidro, o curauá – planta originária da Amazônia, da mesma família do abacaxi – pode compor a linha de produção da Sousa Motos e agregar valor ambiental à marca. A empresa, que já vinha em tratativas com o CBA em busca de soluções mais sustentáveis para adicionar à sua produção, teve o incentivo da Resolução 02 do Conselho de Administração da Suframa (CAS), aprovada este ano.

“Esse é o primeiro teste que estamos fazendo para utilizarmos matéria-prima regional em nossa linha de caixas d’água e, assim, agregarmos cada vez mais o caráter sustentável em nossos processos industriais e levarmos ainda mais a marca Amazônia para o mercado consumidor”, disse Guilherme Sousa, gerente geral da empresa. Ele ainda destacou que o aprovação da Resolução 02 do CAS estimula a busca por incluir insumos típicos regionais nas linhas de produção das empresas, especialmente pelo retorno econômico-sustentável estimado, tanto para empresas fabricantes – que se isentam de IPI – quanto para as empresas compradoras, que devem privilegiar a marca Amazônia e, assim, podem obter crédito presumido de IPI (saiba mais sobre a Resolução 02 CAS aqui).

A coordenadora-geral de Estudos Econômicos e Empresariais da Suframa, Ana Maria Sousa, afirmou que devem ser percebidas novas formas de atuar das empresas incentivadas da ZFM, que já caminhavam em direção a ações sustentáveis e, a partir do normativo, devem acelerar esse processo.

Oportunidades

O gestor do CBA, Fábio Calderaro, pontuou que a sustentabilidade de processos e produtos já é um diferencial no mercado mundial e isso demonstra como a bioeconomia é um segmento estabelecido e em forte expansão. “As oportunidades de se utilizar insumos biológicos para aperfeiçoar processos industriais são uma realidade mundo afora e estes bioativos integram-se a diversos segmentos produtivos. O que temos na Amazônia é uma vasta opção de insumos com propriedades diversas, benéficas para produtos desde baixa a alta complexidade, e o estabelecimento de legislações que motivem a integração do setor secundário reforça essa pauta, especialmente na Amazônia”, acrescentou.

O fundador da Sousa Motos, Antônio Sousa, ressaltou que a empresa está de portas abertas para estreitar parceria com o CBA a fim de integrar os laboratórios do Centro e seus pesquisadores com as linhas de produção da empresa, a fim de promover avanços às ações sustentáveis da Sousa Motos na região, criando mais oportunidades de geração de emprego e renda à sociedade.

 

Com informações da assessoria

Foto: Divulgação

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