A polêmica envolvendo o voto impresso e audível, que vai ser discutido na Câmara Federal pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 135/19, e os ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Justiça Eleitoral repercutiram nesta terça-feira, 3, na Assembleia Legislativa o Estado do Amazonas (Aleam).
Serafim Corrêa (PSB) afirmou durante o pequeno expediente que estava preocupado com a democracia brasileira e criticou Jair Bolsonaro. “Na minha vida disputei cinco eleições na urna de pano e 11 na urna eletrônica, que é segura e auditável. O presidente quer criar uma narrativa de golpe e o meu partido é a favor da urna eletrônica, que pode ser auditada e testada por quem quiser testar. O presidente da República foi eleito sete vezes com a urna eletrônica, então o roubo foi a favor dele? Não creio. Em 2018 ele se elegeu em razão da rejeição ao PT. Hoje, com o combate à pandemia, os ventos mudaram e são adversos”, alfinetou.
Serafim afirmou, ainda, que Bolsonaro cria uma alternativa e ameaça fechar o Supremo Tribunal Federal. “O seu filho que é um inconsequente, fala que para fechar o Supremo basta um cabo e um soldado. Nós temos que impedir isso. Ficamos muito tempo esperando pela democracia. A urna eletrônica é auditável e correta”, defendeu.
O deputado Felipe Souza (Patriota) saiu em defesa do voto impresso e do presidente Jair Bolsonaro ao se declarar a favor da mudança na votação e criticou o discurso do colega Serafim Corrêa.
“Quero declarar o meu apoio ao voto auditável. Estão fazendo um discurso dizendo que vai voltar a urna de pano e isso é mentira. O voto auditável nada mais é que a continuidade do voto eletrônico e vai ter uma ‘urnazinha’ que vai imprimir os votos. O eleitor terá um direito a mais ao ter certeza de quem votou. Sou a favor do voto auditável”, ressaltou.
Dermilson Chagas (Podemos) afirmou que não é contra o voto impresso por resultar em mais transparência ao processo eleitoral, embora reconheça que a mudança vai custar mais caro ao contribuinte. “Estão criando um problema onde nunca existiu com uma instabilidade num processo eleitoral, botando em jogo todas as outras eleições do passado, dizendo que houve fraude e noticias de fraude que até agora não se provou nada. Não sou contra, é mais transparência, mas ninguém fala da qualidade do político e que temos que melhorar os partidos e a seleção dos candidatos”, ressaltou.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins