A recente debandada de lideranças partidárias no Amazonas pode representar o interesse individual em aposta de projetos individuais para as eleições de 2022, é o que avalia o cientista político Carlos Santiago. Recentemente, o empresário Romero Reis deixou o Novo em busca de uma nova legenda. Nessa quinta-feira, 5, Orsine Júnior deixou o comando do PMN.
Para o especialista, as siglas partidárias servem para esse tipo de políticos somente para viabilizar os projetos individuais ou de pequenos grupos. “Há um movimento forte na política brasileira e no Amazona ligada aos interesses individuais ou de um pequeno grupo. Então, quando o Orsine Júnior faz o movimento de sair do PMN significa que ele não está interessado na ideologia do partido, mas sim na dominação do partido para que faça o que ele quer e da forma como ele quer. Quando isso não acontece, ele sai do partido e vai buscar o que ele quer para mobilizar o seu projeto político em outra sigla partidária”, alfinetou.
Carlos Santiago disse que a aproximação do PMN e outros partidos com caciques políticos serve somente para viabilizar pequenos grupos como interesses individuais. “Essa é a triste realidade da política brasileira. Ainda temos políticos que não pensam no coletivo e siglas que funcionam somente para viabilizar interesses menores”, ressaltou.
Carlos Santiago afirmou, ainda, que esse jogo de articulação em Brasília para que determinadas siglas saiam do entorno de determinadas lideranças ou caciques para projetos pessoais ou de grupos sempre fez parte da política do Amazonas.
“Sempre tiveram o objetivo de isolar alguns possíveis candidatos para que fiquem enfraquecidos e tenham dificuldades de disputar um pleito de forma competitiva. Mas, as últimas eleições demonstraram que nem sempre quem tem muita legenda partidária ganha a eleição. O mais importante no pleito não é somente a sigla, mas o que ela representa e a confiabilidade do candidato que disputa as eleições”, enfatizou.
Para o cientista político, Carlos Santiago, o Brasil continua a viver a figura do “cacique político” e do personalismo. Além disso, as pessoas não se interessam pelas ideologias partidárias e dos projetos coletivos.
Augusto Costa, para O Poder
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Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins