O possível uso das Forças Armadas com um comboio de tanques blindados de guerra pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para intimidar os deputados repercutiu na bancada do Amazonas nesta segunda-feira, 9. O comboio militar vai desfilar a partir das 8h30 pelas avenidas na praça dos Três Poderes e estacionar em frente ao Planalto, onde generais vão entregar ao presidente e ao ministro da Defesa, Walter Braga Netto, convites para a demonstração operativa da Operação Formosa.
O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL) se manifestou contrário à “mensagem subliminar” de Bolsonaro em suas redes sociais. “Não quero crer que isso seja uma tentativa de intimidação da Câmara dos Deputados, mas se for, aprenderão a lição de que um Parlamento independente e ciente de suas responsabilidades constitucionais é mais forte que tanques nas ruas”, alfinetou.
Na esteira do colega, Bosco Saraiva (Solidariedade) questionou a medida adotada pelo presidente Bolsonaro. “Espero que seja, de fato, somente um desfile militar. Não creio que o Congresso vá se impressionar ou se intimidar com isso”, afirmou.
Bolsonarista, o deputado Delegado Pablo (PSL) saiu em defesa do presidente Bolsonaro e afirmou que a votação da PEC do Voto Impresso vai ocorrer dentro do plenário da Câmara e que tem certeza que o Congresso Nacional vai votar a pauta dentro da liberdade que a democracia autoriza.
“Já fizemos votações com movimentos dos sem-terra tentando invadir a Casa, com policiais legislativos sendo alvejados com arco e flecha e com manifestantes quebrando vidraças e atacando servidores. Em nenhum momento, ninguém da mídia disse que isso era uma tentativa de ‘intimidar’ os parlamentares”, ressaltou.
Sem resposta
O Portal O Poder entrou em contato via aplicativo de mensagem com os deputados Sidney Leite (PSD), Capitão Alberto Neto (Republicanos), Silas Câmara (Republicanos) , Atila Lins (PP) e José Ricardo(PT), mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins