O presidente Jair Bolsonaro gastou R$711 mil, entre diárias suas e de sua equipe, telefonia e passagens terrestres, para inaugurar uma ponte que custou R$255 mil, em uma rodovia não pavimentada em São Gabriel da Cachoeira extremo noroeste do estado do Amazonas. Um documento fornecido pela Casa Civil da Presidência da República via Lei de Acesso à Informação (LAI) ao deputado Elias Vaz (PSG-GO) explicitou o valor da viagem, mais caro que a própria obra.
Ao discriminar os gastos com a empreitada de inauguração, a Presidência da República diz que R$50 mil foram pago em diárias ao chamado “Escalão Avançado”, e outros R$610 mil em deslocamentos terrestres na cidade, isolada na floresta amazônica. Há ainda outros R$ 50 mil em gastos com cartão de crédito corporativo, e mais R$742 em telefonia. A viagem da equipe presidencial durou cinco dias.
O valor gasto daria para construir quase três pontes como a que foi inaugurada e corta o Igarapé Rodrigo e Cibele. Parte da BR-307, uma rodovia federal de terra que corta a cidade até próximo da fronteira com a Colômbia e a Venezuela, a ponte tem 18 metros de comprimento e 6 metros de largura. A ponte já existia, e R$69 mil do total de R$255 mil foi destinado para recuperar a antiga estrutura. A obra foi feita pelo Exército brasileiro.
Por conta do desequilíbrio de gastos, o deputado Elias Vaz anunciou que irá acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o caso. “O presidente Bolsonaro fez um evento para inaugurar uma ponte de madeira no Amazonas. Acontece que a inauguração custou três vezes mais que a ponte. Isso fere diretamente o princípio da economicidade, artigo 70 da Constituição”, disse o parlamentar goiano.
Conteúdo e foto Congresso Em Foco