Roraima – A falta de medicamentos para o tratamento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) e de médicos na Clínica Especializada Coronel Mota é alvo de investigação do Ministério Público de Roraima (MPRR). Um procedimento preparatório foi instaurado pelo promotor Igor Naves e publicado no Diário da Justiça Eletrônico desta segunda-feira, 16.
Conforme o documento, além da escassez de remédio, será apurada a falta de infectologista e psiquiatra no local. No sábado, 14, O Poder publicou uma matéria com denúncias sobre a falta de profissionais e organização para marcar consultas na unidade, que é de responsabilidade do Governo, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau).
O serviço de Saúde Pública do Estado de Roraima continua na mira de investigações, seja pela esfera Estadual ou pela Federal. Mesmo dita como prioridade na administração de Antonio Denarium (sem partido), a pasta ainda é um problema. Como revelou o vice-governador, Frutuoso Lins (sem partido), a O Poder, “ainda não acertou o ponto“.
Diligência
Em julho deste ano, com base em demandas enviadas por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) ao MPRR, foi realizada uma visita ao Coronel Mota pela Promotoria de Justiça e Defesa da Saúde, sob o comando do promotor Igor. À época, ele afirmou que o objetivo era averiguar a realidade do local, a fim de direcionar a atuação do órgão fiscalizador.
“Um dos problemas que atinge não somente a Clínica Especializada, mas a maioria das unidades de Saúde estaduais, é a falta de médicos ou exames de algumas especialidades, o que precisa ser solucionado com urgência pelo Poder Público. Também constatamos a falta de medicamentos”, citou Naves.
Segundo ele, foi constatada a falta de anestésicos para realizar pequenas cirurgias. “É uma coisa básica, simples, que acaba impedindo que seja executado um serviço que a população precisa e essa situação deve ser revertida”, declarou o promotor. Ele adiantou que haveriam procedimentos em tramitação no MPRR e que seriam cobradas providências.
O que o governo diz
Em nota, a Sesau rebateu a informação do MPRR sobre a falta de medicamentos e de profissionais e afirmou que “não procede”.
Segundo a pasta, os antirretrovirais, destinados ao tratamento de pessoas com HIV/AIDS, são encaminhados de forma regular pelo Ministério da Saúde à Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica e chegam conforme planejamento.
“Informa ainda que o Coronel Mota conta com infectologista e psiquiatra no quadro de especialistas, fazendo o atendimento normalmente dentro das datas marcadas com os pacientes”, concluiu.
Neidiana Oliveira, para O Poder
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