A confirmação de mais de 60 casos de rabdomiólise, a doença da urina preta, no Amazonas e a crise no segmento da venda de pescado, em feiras e mercados, repercutiram nesta terça-feira, 14, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A doença é causada pelo consumo de peixes contaminados e foi diagnosticada em dez municípios.
O deputado Fausto Júnior (MDB) usou a tribuna para expressar a sua preocupação com a falta de informação sobre a doença e a queda na demanda, que vem prejudicando milhares de famílias que dependem da pesca.
“Sabemos que isso envolve todo o segmento de pesca no interior do Estado e isso abrange os pescadores, os feirantes, restaurantes, enfim, a economia. Hoje, a população está com medo de comer o peixe, que é um dos nossos principais alimentos regionais e uma marca do nosso Estado devido ao surto de rabdomiólise, que tem acontecido principalmente no município de Itacoatiara”, ressaltou.
Fausto Júnior afirmou, ainda, que os casos isolados que tem acontecido em outros municípios apresentam pouca contaminação. Mesmo assim, o parlamentar citou que a população está com medo de consumir até mesmo o pescado dos viveiros.
“Sabemos que não existe risco nenhum da contaminação de peixes de viveiro da rabdomiólise. Percebemos que esse é um segmento da economia do estado que está prejudicado por uma desinformação e que precisamos, por meio das comissões pertinentes desta Casa, trazer segurança para as pessoas em consumir esse alimento, com dados e as informações necessárias”, afirmou.
Na esteira do colega, o deputado Wilker Barreto (Podemos) afirmou que a crise na economia pelo medo da população com a contaminação do peixe atinge milhares de famílias.
“Milhares de famílias dependem e sobrevivem da pesca. Eu confesso que fiquei alguns dias sem consumir peixe. Vossa excelência traz agora a ausência de informações por parte das autoridades. Precisamos ter uma campanha de informação. O consumo do pescado não voltou a normalidade por falta de informação”, enfatizou.
Casos confirmados
De acordo com dados apresentados por Fausto Júnior, dos dez municípios com casos confirmados de rabdomiólise, Itacoatiara foi onde há maior índice, com 37 pessoas doentes. “Em Itacoatiara há, de fato, um surto com 37 casos, Silves, Borba, Parintins e Maués tiveram quatro casos, Urucurituba dois casos, Manacapuru, Autazes e Caapiranga um caso. Não tem nenhum caso em Anamã e a população não está comendo peixe. Além dos casos registrados em Manaus. Isso tem repercutido em toda uma cadeia que está sendo prejudicada”, ressaltou.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Divulgação
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins