A falta de apoio e patrocínio por parte das empresas instaladas no Distrito Industrial ao futebol amazonense, especificamente ao Manaus Futebol Clube, repercutiu nesta quarta-feira, 15, na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). O clube disputa, atualmente, a Série C do Campeonato Brasileiro, além de outras modalidades esportivas.
O deputado Serafim Corrêa (PSB) usou a tribuna para questionar a conduta de empresas que preferem investir em clubes de outros Estados e ignoram os times amazonenses. Serafim relembrou que há 50 anos Nacional e Rio Negro disputavam a Série A do Campeonato Brasileiro.
“O futebol está no sangue do brasileiro, como dizia Nelson Rodrigues, que somos a “pátria de chuteiras”. Eu colaborei com o Nacional em 1970 e alcançamos resultados importantes. Sei o como é difícil ser dirigente de futebol. Vejo o Manaus Futebol Clube e seus dirigentes desenvolvendo um trabalho que se não nos traga o acesso a Série A, pelo menos a Série B. Temos a Arena da Amazônia, que é um belíssimo estádio, mas não temos futebol”, alfinetou.
Serafim chamou a atenção do governo do Estado e da Prefeitura de Manaus, para o momento de apoiar o representante amazonense no Brasileiro.
“Para retomar os bons tempos de 50 anos, é preciso que o Manaus suba. Eu entendo que temos que dar todo apoio para o Manaus. Não cabe nesse momento nenhuma vaidade, pois pode haver confusão e briga, o que vai dificultar a nossa vida e facilitar os adversários. O governo do Estado e a prefeitura devem ser solidários com o Manaus e buscar conversa com os dirigentes”, cobrou.
Falta de apoio das empresas do PIM
Na esteira do colega, o deputado Sinésio Campos (PT) entrou no debate e criticou as empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) que investem em times de futebol fora do Amazonas.
“Não vejo nenhuma dessas empresas investirem em times daqui. Vejo que o tema é significativo tendo em vista que o futebol e outras áreas do esporte precisam do suporte dessas empresas e não vejo nenhuma movimentação. Mas, vemos em outros times de outros Estados sendo bancados por empresas daqui”, criticou.
Ao ouvir a colocação do colega, Serafim Corrêa relembrou que na Zona Franca de Manaus (ZFM) estamos assistindo a Samsung patrocinando um clube do Sul do País e citou, também, que a LG patrocinava o time do São Paulo. “Mas esse meio campo quem tem que fazer é o governo do Estado e a Prefeitura de Manaus. Mas, se eles não podem ajudar que não atrapalhem com brigas que não levam a nada”, ressaltou.
Incentivo ao Esporte
Tony Medeiros (PSD) citou como exemplo a Lei de Incentivo ao Esporte e a Lei Rouanet sugerindo que os deputados deveriam tentar criar, ao menos, uma margem mínima de investimentos.
“Poderíamos criar na Lei de Incentivo ao Esporte e Lei Rouanet pelo menos um mínimo no Estado de investimento no esporte onde a empresa está estabelecida. Poderiam fundamentar não somente o futebol, mas outros esportes e somos amarrados por uma lei federal que não destina um mínimo possível de financiamento ao esporte nos Estados onde estão estabelecidos”, ressaltou.
Medeiros sugeriu que os deputados da Aleam se unam numa luta nacional para criar de esse investimento mínimo das empresas para os clubes das cidades onde estão instalados.
João Luiz (Republicanos) também se manifestou a favor de mais investimentos no esporte. “Sabemos que o esporte não só gera alegria, mas economia e alcança todas as pessoas desde a fabrica do equipamento, o vendedor de picolé e pipoca, e isso é importante. Queremos ver as torcidas nos estádios e, se for preciso, destino emendas para investir no Manaus Futebol Clube”, prometeu.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins