setembro 7, 2024 20:48

Atual valor do auxílio emergencial não compra nem metade da cesta básica

Com o encarecimento de itens como açúcar, arroz, café e feijão, o brasileiro quase não tem conseguido comprar a cesta básica completa para o mês apenas com o auxílio emergencial. Criado em abril do ano passado, o benefício perdeu mais de 70% do poder de compra do conjunto de produtos alimentícios. Com os cortes, o auxílio agora paga R$ 150, R$ 250 ou R$ 375.

Os favorecidos recebiam entre R$ 600 e R$ 1,2 mil. Com o valor mínimo, era possível comprar todos os itens essenciais para a alimentação da família por um mês e, em alguns casos, ainda sobrava um “troco”.

Conforme dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese), em agosto, o valor da cesta básica chegou a atingir R$ 664,67. O valor mais barato foi de R$ 485,44.

Ainda com base no estudo feito pela entidade, o salário mínimo necessário para adquiri a cesta básica deveria ser equivalente a R$ 5.583,90, o que corresponde a
5,08 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

“Tudo é um reflexo de acontecimentos externos, além, é claro, da pandemia de covid-19, quando muitas pessoas perderam seus empregos e precisaram se reinventar para não ficar sem nenhuma renda financeira”, afirmou a economista Bianca Resende.

Ainda de acordo com a especialista, houve uma desvalorização muito grande da moeda nacional, aliada ao fato de que a oferta diminuiu, enquanto a demanda cresceu, fazendo a inflação “alavancar”. “Um dos aumentos mais sentidos pelo consumidor durante esse período de pandemia, com certeza, foi no preço do gás. O reajuste variou de 7% a 10% e em muitos lugares a botija ultrapassa a casa dos R$ 135”, enfatizou a economista.

Desde o início da pandemia, o auxílio emergencial tem sido a única fonte de renda para mais de 30% das famílias brasileiras. O ideal seria o aumento no valor do benefício, como isso dificilmente acontecerá, a tendência é que as famílias controlem os gastos.

“As contas não batem e, em um momento tão difícil causado pela pandemia, o recomendável seria aumentar a renda dessas famílias e não o contrário. A tendência é a inflação continuar causando impactos a curto e médio prazo”, destacou a economista.

 

 

Alyne Araújo, para O Poder

Foto: Reprodução

 

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