Polêmico, o “puxadinho” voltou a ser assunto no plenário Adriano Jorge da Câmara Municipal de Manaus (CMM) na manhã desta segunda-feira, 27. O tema ainda resulta em “mal-estar” entre os vereadores.
Contrário à obra, o republicano Capitão Carpê Andrade alfinetou Rodrigo Guedes (PSC) e Amom Mandel (sem partido), que já sofreram “ataques” de outros vereadores. Em seu discurso, feito diretamente para o presidente da Casa Legislativa, David Reis (Avante), o parlamentar falou que a construção do novo prédio o preocupa, visto que já existe um Anexo I construído com finalidade similar.
“Parabenizo o presidente David por sua intenção de investir no futuro, mas construir gabinetes para atender um número de vereadores que não existe e não existirá nos próximos 50 anos, enquanto Manaus não ultrapassar a marca de 8 milhões de habitantes, para ter 55 vereadores, não é olhar para o futuro. É infelizmente, não olhar para o presente”, criticou.
O parlamentar afirmou que não se “sente incomodado” com o fato de os gabinetes não serem isonômicos. Além disso, Andrade atribuiu o enfraquecimento da imagem do Parlamento Municipal a “forças internas” que atuam na Casa Legislativa e que os vereadores não precisam ser inimigos, pois têm um objetivo em comum, que é atuar em prol do povo.
O vereador citou alguns fatos do porquê os colegas não precisam de um novo prédio. Um deles se refere a uma porcentagem do recursos do orçamento municipal que, obrigatoriamente, é destinada ao Legislativo e só poderá ser devolvida ao final do Exercício. Outro é que o prédio passou por recente expansão e que o país ainda enfrenta uma crise econômica.
“Não podemos ignorar a realidade para agradar o eleitorado prometendo cestas básicas ou Auxílio Manauara com esses recursos. Todos deveríamos saber sobre a legislação e o orçamento público. Ainda vemos nossa Casa sob a promoção da dissensão ao invés de um diálogo”, condenou.
Concurso público
Outro ponto tocado por Carpê Andrade foi que a CMM não realiza um concurso público há quase 20 anos. O último foi realizado em 2003. “Alguém poderia discordar de um concurso público, algo que não é feito há anos?” questionou.
Rescisão
Os vereadores Rodrigo Guedes (PSC) e Amom Mandel (sem partido) pediram, na tribuna, que o Parlamento Municipal pague as verbas rescisórias dos ex-funcionários da Casa Legislativa. “Comunico também que recebi, no âmbito da Ouvidoria da Câmara Municipal, centenas de reclamações, manifestações e denúncias de ex-servidores que deixaram de receber as indenizações previstas em lei”, disse Mandel.
De acordo com o Mandel, que é Ouvidor do Legislativo Municipal, algumas denúncias falam sobre fura-filas no recebimento dessas indenizações. O parlamentar está documentando todas as reclamações.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Robervaldo Rocha
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins