Mulheres que fizeram mastectomia (excisão ou remoção total da mama) poderão ter assistência psicológica no Amazonas. É o que determina o Projeto de Lei nº 462/20221, em tramitação na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), de autoria do deputado Carlinhos Bessa (PV), que deve ser votado nos próximos dias pelos deputados no plenário da Aleam.
De acordo com o artigo 1º do Projeto de Lei, fica assegurada, no âmbito do Sistema Estadual de Saúde, assistência psicológica às mulheres mastectomizadas no Amazonas, visando a prevenção e a redução de sequelas decorrentes do processo cirúrgico.
Em parágrafo único, a matéria diz, ainda, que o direito previsto no caput se aplica a todas as mulheres que comprovarem ter se submetido a cirurgia de mastectomia em unidade pública de saúde, com ou sem esvaziamento axilar.
Já o artigo 2º, diz que a assistência psicológica de que trata esta Lei será realizada de acordo com o quadro clínico de cada paciente, cabendo aos profissionais de saúde definir que técnica de intervenção será aplicada, bem como o número de sessões a serem ministradas.
Carlinhos Bessa afirma, em sua justificativa, que tão importante quanto a cirurgia, a intervenção psicológica na pós-mastectomia é essencial para a prevenção e redução de sequelas que podem ser decorrentes do processo cirúrgico, devendo ser ministrada o mais precocemente possível.
“Entre as complicações mais comuns enfrentadas pelas pacientes após a mastectomia está o desenvolvimento de profunda tristeza, isolamento social, ausência de autoestima e sensação de deformação física pela perda de um membro de seu corpo. Tais consequências, se tratadas adequadamente, podem evitar que o problema, uma vez instalado, evolua para o quadro mais grave”, ressaltou.
Diagnóstico precoce
No Brasil, a falta de diagnóstico precoce e a demora no acesso a consultas, exames, biópsia e tratamento tem levado muitas mulheres a detectar tardiamente o câncer de mama.
Como resultado, atualmente 70% das pacientes diagnosticadas com a doença precisam recorrer à mastectomia (cirurgia de remoção da mama) para salvar suas vidas.
Para o ano de 2021, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima 450 novos casos da doença no Amazonas.
Augusto Costa, para O Poder
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Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins