Roraima – Na última sexta-feira, 26, o jornalista Iury Carvalho iniciou uma petição online com o objetivo de ganhar apoio da população roraimense para pressionar a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) a cassar o mandato do deputado estadual Jalser Renier (SD). O parlamentar é acusado de ser o mandante do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos.
Já tramitam na Casa Legislativa dois pedidos de cassação de Jalser. O primeiro foi ingressado pelo deputado estadual e presidente do PSL, Nicoletti, e o segundo pelo jornalista Iury Carvalho, que é amigo e colega de emissora de Romano dos Anjos. No mês passado, Carvalho entregou na ALE mais uma ação reforçando o pedido de cassação do deputado.
Segundo Carvalho, o abaixo-assinado, intitulado “Fora Jalser”, está disponível desde a última sexta-feira, dia 26. No total, até esta segunda-feira, 29, a petição já conta com o apoio de 220 pessoas, mas a expectativa de Iury é que muito mais pessoas assinem. Ao O Poder, o jornalista afirmou que, com o apoio da população neste ato, espera pressionar os deputados a agilizarem e cassarem o deputado antes do recesso parlamentar.
Contudo, afirmou que a petição online ficará disponível por tempo indeterminado. Questionado também sobre quando a petição seria entregue e quantas assinaturas estimava conseguir, o jornalista se limitou a dizer que “sem prazo” e que não tinha expectativas sobre o número de assinaturas. “Mas, quanto mais pessoas assinarem, mais vamos mostrar a vontade das pessoas aos deputados”, disse.
O link da petição está disponível na bio do perfil do jornalista Iury Carvalho na rede social Instagram.
O Caso
No dia 1º de outubro deste ano, o deputado Jalser Renier foi preso preventivamente durante uma operação coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Roraima (MPRR).
Jalser é apontado pelo Ministério Público como mandante do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos, que apresentava um programa local e ganhou fama por tecer críticas contra alguns políticos.
O jornalista foi sequestrado na noite do dia 27 de outubro do ano passado. Ele foi levado de dentro da própria casa por homens encapuzados. Foi espancado, torturado e encontrado na manhã do dia 28 com os braços quebrados e lesões nas pernas.
Para o MP, Jalser chefiava a organização criminosa, que tinha o envolvimento de policiais militares lotados na Assembleia Legislativa, quando ele presidia a Casa Legislativa. Pelo menos cinco militares foram presos na primeira fase da Operação Pulitzer.
Habeas Corpus
Dias após ficar preso, Jalser conseguiu o benefício por meio de um Habeas Corpus e teve a prisão relaxada. Agora, em prisão domiciliar e usando tornozeleira eletrônica, Jalser pode sair para trabalhar na ALE.
Da Redação O Poder
Foto: Divulgação/Montagem