setembro 8, 2025 16:43

Deputados debatem regulamentação da exploração mineral no Amazonas

O destrave da regulamentação da exploração mineral no Amazonas e o potencial do Estado para a produção de 70% do potássio do Brasil foram temas de debate nesta quinta-feira, 9, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O deputado Ângelus Figueira (DC) voltou a cobrar a elaboração de um plano estratégico para desenvolver a economia do Amazonas e lamentou que, até o momento, a Potássio do Brasil Ltda (subsidiária do banco comercial canadense Forbes & Manhattan), que investiu mais de US$ 2 bilhões em Autazes (a 113 quilômetros de Manaus), por questões ambientais está impedida de começar a exploração de potássio na região.

“O Brasil vive um estresse por falta de potássio pra nossa produção de grãos, que depende da adubação. O que evoluiu o agro no Brasil e a economia brasileira e esses produtos (potássio e adubos) vem de outros países, especialmente da Rússia e Israel, que são os maiores produtores de potássio do mundo. Temos em três municípios do Amazonas, a possibilidade de atender 70% da necessidade do Brasil de potássio”, afirmou.

Ângelus Figueira afirmou, ainda, que de Autazes até o município de Juruá existem jazidas de potássio que dariam para atender 75% da demanda do mercado brasileiro. “A dependência do Brasil na questão do potássio é muito grande, e ele está aqui. Só essa jazida de Autazes, abastece 25% do mercado brasileiro. A empresa que se instalou lá, tem tecnologia para gerar o mínimo de impacto ambiental. Tem 137 poços de prospecção e retirada do produto e cada poço custou mais de 4 milhões de dólares. O que isso geraria de emprego no município de Autazes é impressionante e está parado”, alfinetou.

O parlamentar destacou que nos últimos 50 anos, o Amazonas fez um caminho importante de preservação da cobertura vegetal e a preservação de 97% da floresta, mas que a medida ainda não foi reconhecida pelo mundo e nem trouxe benefícios econômicos para o Estado. “Precisamos fazer manejo com enriquecimento das nossas reservas.  O Amazonas vai ser um exemplo. Essas riquezas têm que ser dos amazonenses”, ressaltou.

Queima das dragas

A queima de 60 dragas de exploração de ouro ilegal na região de Autazes não é a solução para conter os garimpeiros, segundo Ângelus. Ele cita que o governo federal tem demonstrado que quer a regulamentação da exploração mineral de forma sustentável.

“Tocar fogo em flutuantes não é a solução, quando sabemos que há milhares de balsas. Precisamos encontrar o caminho e o governo tem demonstrado que quer mudanças significativas que abracem esse momento. Fiquei preocupado de encontrar um investimento de mais de 2 bilhões de dólares parado no Amazonas, quando o potássio está entre as necessidades prementes da nossa pátria e esse é um momento estratégico para destravar essas pautas”, ressaltou.

Na esteira do colega, o deputado Tony Medeiros (PSD) saiu em defesa da exploração mineral como novas alternativas econômicas para o Amazonas. “Aqui nada pode. Agricultura não pode, pecuária, exploração de madeira e mineral e até o manejo não pode. Somos áreas de compensação ambiental do Brasil e do mundo. Tive a oportunidade de em Sergipe visitar a mina de silvinita (potássio), que está quase acabando e a produção não supre 8% do que o Brasil necessita de potássio”, alfinetou.

Tony Medeiros afirmou, ainda, que as reservas de silvinita do Amazonas começam no rio Juruá e vão até Santarém (PA). “A nossa reserva de potássio é uma das maiores do mundo e precisamos importar 20 milhões de dólares por dia. Tenho acompanhado a questão de Autazes e essa empresa já ameaçou ir embora pelas dificuldades para se instalar. Dá para gerar empregos nesses municípios onde tem potássio e alimentos. Temos 49,7% da nossa população vivendo abaixo da linha da pobreza e dependente dos programas do governo”, ressaltou.

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Acervo O Poder

Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins

Últimas Notícias

Clínica dentária expande com técnica de implante menos agressiva

Uma técnica de implante dentário desenvolvida em Manaus tem chamado atenção por realizar um procedimento menos agressivo do que...

Mais artigos como este

error: Conteúdo protegido!!