setembro 21, 2024 13:50

Deputado diz que índios são usados como ‘bucha de canhão’ pelo governo federal

Os entraves para a expansão do linhão de Tucuruí para levar energia para Roraima foram temas de debate na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta quinta-feira, 10. O deputado Serafim Corrêa (PSB) criticou o governo federal por usar os índios como “bucha de canhão”.

A passagem por terras indígenas vem sendo usado como desculpa pelo governo federal, de modo que os “povos indígenas estão atrapalhando o progresso”. “Um assunto que está incomodando é querer atribuir aos indígenas a responsabilidade por tudo. Devemos ter consciência que os indígenas já estavam aqui quando Pedro Alvares Cabral chegou. A escola ensina que ele descobriu o Brasil, ele não descobriu, mas invadiu. Os índios eram 6 milhões e agora são 300 mil. Eles são os donos da terra. Estão dizendo que os índios atrapalham o progresso e isso não é verdade”, alfinetou.

O deputado citou como exemplo o linhão de Tucuruí ao afirmar que não se pode avançar sem pagar um acordo com os índios, porque o linhão vai passar em terras indígenas demarcadas. “Quando foi feita a transamazônica, 3 mil índios foram mortos numa chacina. Helicópteros tinham metralhadoras atirando em índios. Os índios não são problemas, mas, sim, o governo federal. O impasse é que a empresa, para levar o linhão de Tucuruí para Roraima, pediu o realinhamento de preços de R$ 1 bilhão e ficam colocando os índios como bucha de canhão”, ressaltou.

Serafim Corrêa afirmou, ainda, que a produção de potássio em Autazes, que está atrasada por “questões ambientais”, e que também estão acusando os índios de serem culpados, na verdade, está parada pela falta de energia suficiente para a instalação da empresa que vai explorar o minério na região. “Não somente em Boa Vista, mas também a questão do potássio em Autazes. Não são os índios que atrapalham. O problema é que falta energia para Autazes e levar o linhão custa alguns milhões de reais. O governo não se disponibiliza. A culpa é do governo federal que não quer fazer os investimentos”, ressaltou.

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Acervo O Poder

Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins

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