O cancelamento da Ordem do Dia desta segunda-feira, 28, pela Mesa Diretora da Câmara Municipal de Manaus (CMM) gerou reclamações durante a Sessão Ordinária. O presidente, David Reis (Avante), não apareceu em nenhum momento da Sessão Ordinária, deixando-a sob responsabilidade de seus vices. Sem consulta aos demais vereadores, a pauta de votações não foi realizada e os pedidos para que a mantivessem foram ignorados.
O presidente da Sessão, Diego Afonso (União Brasil), foi quem informou ao plenário que não teria pauta do dia após William Alemão (Cidadania) comunicar que a pauta não estava disponibilizada, sem entrar em detalhes.
Em outro momento, Rodrigo Guedes (PSC) questionou o motivo pelo qual não haveria Ordem do Dia para a Mesa Diretora. “O acontecimento da Ordem do Dia é uma prerrogativa da Mesa. Por enquanto, não temos uma pauta que nos forneça condição para a Ordem do Dia, então, a Mesa se reuniu e, até esse momento, não estabeleceu o acontecimento”, explicou o vice-presidente Wallace Oliveira (Pros).
A explicação do representante da Mesa Diretora não agradou nem os membros que a compõem. Amom Mandel (sem partido) e Jaildo Oliveira (PCdoB) disseram que não foram convocados para essa reunião. O questionamento fez Oliveira entrar em contradição.
“A pauta é rodada pelo presidente. Talvez eu tenha colocado dentro de uma concepção de reunião. Não houve uma reunião, houve uma determinação do presidente”, disse.
Rodrigo Guedes (PSC) pediu que a pauta fosse repensada, visto que há vários PLs que não foram encaminhados para deliberação em plenário, como os que pertencem à ele. Amom Mandel (sem partido) também falou que um projeto de cada vereador por dia é suficiente para dar continuidade a demanda.
“Eu não consigo compreender tal decisão, embora respeite. Têm muitos PLs que sequer foram deliberados. Tem coisas que não podemos abrir mão, entre elas, a Ordem do Dia. A população cobra sobre os PLs. É com a Ordem do Dia que conseguimos aprovar Projetos e ter respostas das comissões”, criticou Capitão Carpê Andrade (Republicanos), que colocou a equipe jurídica à disposição para ajudar os membros da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ).
Outro Lado
O vice-presidente da CCJ e líder do prefeito na Casa Legislativa, Marcelo Serafim (PSB), explicou que a comissão está sobrecarregada com um grande número de PLs e são apenas sete membros para analisá-los. Por isso, foi necessário parar para se ter uma organização interna.
“Havia uma necessidade de se fazer uma organização interna até para que pudéssemos dar uma equilibrada. Tem vereador que apresenta muitos projetos e tem os que apresentam pouco, esses estão sendo preteridos da pauta. Precisamos sentar com a DL (diretoria legislativa) e fazer esse levantamento para preparar uma pauta igualitária”, explicou.
Mesmo com os pedidos de reconsideração, a Mesa Diretora optou por manter a pauta cancelada nesta segunda-feira.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Robervaldo Rocha/CMM
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins