As manifestações políticas no festival de música Lollapalooza Brasil a favor do ex-presidente Lula (PT) e pedindo que Bolsonaro (PL) saia do poder incomodaram o vereador bolsonarista Marcel Alexandre (União Brasil). O parlamentar utilizou seu tempo de discurso na Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Manaus (CMM) desta segunda-feira, 28, para repudiar o evento.
“O significado de ‘Lola’, em espanhol, é dor. Procurei buscar a etimologia da palavra para saber quando o festival virou ‘lulapalooza’. O festival está influenciando a nossa sociedade com recadinho político”, criticou o parlamentar.
Para o vereador, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibir atos de propaganda eleitoral sob pena de R$ 50 mil no Lollapalooza foi acertada. A Corte acatou o pedido de proibição do PL, partido de Bolsonaro, feito no último sábado (26), após a cantora Pabllo Vittar desfilar com uma bandeira com a foto do petista. Vários artistas se manifestaram contra a decisão alegando censura. A organização do evento recorreu.
“Entendo que provocaram isso para o TSE agir assim. Toda ação tem uma reação”, disse o parlamentar chamando a atitude de “sinônimo de indecência”.
O posicionamento de Alexandre irritou o único petista da Casa Legislativa, Sassá da Construção Civil. O último orador do dia frisou que o bolsonarista deveria pedir desculpas a ele e ao Partido dos Trabalhadores (PT) e repudiou o posicionamento do TSE.
“Antes, podia colocar a foto do presidente na frente da camisa, fazia movimento na rua e podia. Hoje, o artista não pode. Estamos em um país livre. Aquela cantora foi fazer uma homenagem ao Lula, o presidente entrou no TSE para não divulgar. É preconceito sim. No passado podia, agora não pode?”, questionou Sassá da Construção Civil.
O petista direcionou a sua fala para Marcel Alexandre que, no momento de seu discurso não estava em plenário, ao dizer que não tinha respeito pelas pessoas.
“A justiça é para todos. O Supremo julgou Luiz Inácio Lula da Silva como inocente. Agora me admiro que nosso amigo Marcel não fala do ministro da Educação distribuindo dinheiro para alguns pastores. Por que ele não fala? Tem vergonha?”, alfinetou. “Isso eu não aceito. Eu quero que o Marcel peça desculpas ao líder do partido por chamar de ladrão alguém inocente”, pediu.
Sassá também falou da inflação, do caso da Zona Franca de Manaus (ZFM), ataques preconceituosos e que não acusa ninguém de ladrão. O vereador ressaltou seu pedido de respeito a todos.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Reprodução/Twitter
Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins