Vereadores gastaram mais de R$ 706 mil com ‘Cotão’

Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) gastaram mais de R$ 706 mil com a Cota para Exercício Parlamentar (Ceap), o “Cotão” no mês de março, conforme levantamento realizado pelo Portal O Poder. À época, a liminar da Justiça suspendendo o valor da cota de R$ 33 mil ainda prevalecia e cada parlamentar tinha, no mínimo, R$ 18 mil disponível para gastar. O valor é acumulável.

O vereador mais “gastão” é Raiff Matos (DC), que usou o total de R$ 19.596,55 da verba. O parlamentar chegou a avisar em plenário, durante discurso em um dos Expedientes, que iria utilizar todo o dinheiro da Ceap por não saber para onde a verba economizada seria encaminhada. O segundo mais “gastão” é Peixoto (Pros), que usou R$ 19 mil, e o terceiro é William Alemão (Cidadania) com R$ 18.691,57.

O presidente da Casa Legislativa, David Reis (Avante), gastou R$ 18 mil em março. Assim como ele, os vereadores Bessa (SD), Dr. Daniel Vasconcelos (PSC), Raulzinho (PSDB), Rosinaldo Bual (PMN), Rosivaldo Cordovil (PSDB), Dione Carvalho (Patriota) e Yomara Lins (PRTB) também utilizaram a verba integralmente. 

Outro lado

O vereador que menos gastou na Casa Legislativa foi Rodrigo Guedes (Republicanos). Ele usou R$ 9.660,00 do “cotão”. Já Gilmar Nascimento (UB) utilizou somente R$ 15.940,74 e Sassá da Construção Civil (PT) usou R$ 16 mil da verba. Amom Mandel (Cidadania) não usou nada no cotão.

Conforme levantamento feito pelo Portal O Poder, a soma total do cotão utilizado pelos vereadores em março é de R$ 706.135,77. 

Reajuste na Justiça

O aumento de 83% do Cotão dos vereadores da CMM foi autorizado pelo desembargador Paulo Lima, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), no último dia 28. Agora, a Ceap dos parlamentares passa de R$ 18 mil para R$ 33 mil para cada um dos parlamentares. No total, a Casa Legislativa pode chegar a gastar R$ 1,3 milhão por mês com o “cotão”. 

O magistrado suspendeu os efeitos da decisão que considerou o reajuste desnecessário. Os autores da ação, Amom Mandel e Rodrigo Guedes, irão recorrer. 

Priscila Rosas, para Portal O Poder 

Foto: Robervaldo Rocha/CMM