O recesso parlamentar dos vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) foi motivo de atrito entre alguns parlamentares nesta quarta-feira, 13. O período começa oficialmente neste sábado, 16, porém, hoje foi a última Sessão Ordinária do semestre.
“Não estou entrando em recesso. Alguns colegas que só querem ‘bater’ e não têm outra coisa para falar. Quem planta, colhe. Faço um apelo, não bata nos colegas porque eles são trabalhadores, pai e mãe de família. Tem gente aqui que se não bater no colega, adoece”, criticou Sassá da Construção Civil (PT).
“Eu não vou viajar. Estarei na rua. Quero convidar quem fala que o colega vai viajar para andar comigo e visitar canteiros (de obras), porque tem vereador aqui que se pisar na lama, o pé cai. Vocês sabem de quem eu estou falando”, debochou o parlamentar.
“Vou aproveitar o recesso de plenário e tem uns colegas com mania de fiscalizar vereador. ‘Bora’ acabar com isso porque é uma vergonha. Cada um faz o seu papel e em 2024 o povo vai dizer quem merece voltar ou não. Vamos cada um fazer o seu trabalho. Não preciso dessa baixaria, eu tenho cobrado lista de presença. Eu faço meu papel. Agora, aqui não é ‘Escolhinha do Professor Raimundo’ não, aqui todos nós somos adultos. Não me incomodo com essas coisas não. Tenho minha consciência tranquila”, esbravejou o corregedor da CMM, Jaildo Oliveira (PCdoB).
O vereador Rodrigo Guedes (Republicanos) discursou antes dos dois parlamentares e criticou o recesso da Casa Legislativa. A opinião dele teve reações da base no plenário.
“Quero dizer de uma forma muito clara que lamento que tenhamos recesso do meio do ano. Não estou aqui expondo a Casa ou querendo fiscalizar vereador. Estou fazendo o que acho correto. Se todo cidadão trabalha no seu posto obrigatório, por que com o vereador vai ser diferente? Tudo que o político tem oportunidade de fazer e o cidadão não tem, se considera uma mordomia, uma regalia, isso nós não podemos permitir”, criticou. “Nós sabemos que vereador viaja para descansar com a família, mas tinha que estar aqui. Porque tudo o que for diferente do cidadão é privilégio. Estou indo de forma obrigatória para o recesso, mas não gostaria de ir”, completou Guedes.
Não foram só Jaildo Oliveira e Sassá que deram “respostas” a Rodrigo Guedes durante os discursos. A maior parte dos vereadores teve o recesso como tema principal alegando que o utilizarão para trabalhar nos bairros.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
Foto: Robervaldo Rocha/CMM