Os altos índices de abstenções ocorridos nas eleições de 2014 e 2018 deixam os candidatos em estado de alerta. Somente no Amazonas, 19,35% de eleitores não compareceram para votar no primeiro turno e 21,39% no segundo turno, em 2018. O Estado possui 2,6 milhões de pessoas aptas ao voto neste ano.
O “fantasma” das abstenções ataca todos os candidatos a presidente, senador, deputados federais e estaduais pois acontece quando milhares de pessoas deixam de exercer a sua cidadania e preferem não comparecer às urnas para votar.
No primeiro turno de 2018, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o registro de abstenções no Amazonas foi de 19,35%, com 100% das urnas apuradas. Os números apontaram que 469.693 mil pessoas deixaram de registrar voto. Os faltosos representam número muito maior que a quantidade de votos nulos ou brancos.
Os números divulgados pelo TSE, à época, registram que, num total de 100% de urnas apuradas, 1.957.418 pessoas votaram no Amazonas. Foram 1.768.768 (90,36%) válidos, 39.614 (2,02%) brancos, e 149.036 (7,61%) nulos.
Segundo turno
Geralmente, a tendência no segundo turno é o aumento de abstenções. No Amazonas, mais de 519 mil eleitores não compareceram às urnas durante o segundo turno das eleições gerais 2018. O registro de abstenções no Estado foi de 21,39%, com 100% das urnas apuradas.
No total, 519.229 mil eleitores deixaram de registrar o voto. Os eleitores faltosos representam um número muito maior que a quantidade de votos nulos ou brancos, somados.
Os números divulgados pelo TSE, num total de 100% de urnas apuradas, especifica que 1.907.930 pessoas votaram no Amazonas. Foram 1.767.368 (92,63%) válidos, 20.364 (1,07%) brancos, e 120.198 (6,30%) nulos.
Abstenção em 2014
Na eleição de 2014, o número de faltosos também foi expressivo no dia da eleição. O índice de abstenção no segundo turno das eleições desse ano no Amazonas foi de 22,62%. No primeiro turno, o percentual ficou em 19,49%. Os dados foram divulgados após a apuração total dos votos pelo TSE. Com 99% das urnas apuradas, o percentual de abstenções na votação para presidente da República ficou em 21,10%.
Média de abstenções
Para o cientista político, Carlos Santiago, a média de abstenções gira em torno de 20% e, além disso, existem os votos em brancos e nulos. Na sua avaliação, isso virou praticamente uma média entre os votos brancos, nulos e abstenções, totalizando quase 27% de eleitores no primeiro turno.
“O crescimento das abstenções nas últimas eleições e votos em branco e nulos resultam em esforços enormes dos candidatos majoritários e proporcionais para motivar o eleitor a votar, mas, acima de tudo, colocar a importância do voto e escolher o governante e representantes e mostrar soluções para os graves problemas nacionais. É difícil motivar o eleitorado num ambiente em que a classe política está muito desgastada e também no momento que há um certo desencantamento com os atuais governantes e representantes que estão nas casas legislativas”, alfinetou.
Voto Obrigatório
Carlos Santiago afirma, ainda, que uma mudança na legislação eleitoral possa ser necessária para não tornar mais o voto obrigatório. Até porque entre abstenções, votos brancos e nulos, há um número significativo de eleitores que não querem votar.
“A nossa democracia já tem uma maturidade tão grande que, hoje, seria importante o Congresso Nacional discutir uma emenda constitucional que desobrigasse o eleitor a não ter a obrigatoriedade na votação. O voto seria não uma obrigação, mas a vontade do eleitorado. Numa democracia ninguém é obrigado a fazer escolhas, pelo contrário, todos são livres para não querer escolher”, ressaltou.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo O Poder