O fraco desempenho nas urnas nas eleições, o peso da idade e a expectativa dos eleitores amazonenses por renovação podem ter contribuído diretamente para decretar a “aposentadoria” de velhos caciques políticos. Nesta lista estão o ex-governador Amazonino Mendes (Cidadania), o ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), o ex-governador José Melo (Pros) e o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PL).
Estes nomes dominaram a política local por 40 anos, com o início da formação do grupo do ex-governador Gilberto Mestrinho, na década de 1980. Ao lado do famoso “boto navegador” havia Amazonino Mendes, que depois formou seu próprio gripo político.
Os únicos que ainda possuem mandato são os senadores Omar Aziz (PSD), que se reelegeu este ano, e Eduardo Braga (MDB), que disputa o segundo turno do governo do Estado, no pleito que será decidido neste domingo, 30, contra o atual governador Wilson Lima (União Brasil).
Velhos conhecidos
Alguns candidatos que eram bem votados e conquistaram vários mandatos na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nas Eleições Gerais de 2022 não conseguiram se eleger, com votações pífias num claro recado dos seus eleitores, o que pode indicar o momento de parar na política. Entre os candidatos que tiveram mandatos na Aleam, mas que “naufragaram” nas urnas neste pleito estão Francisco Souza (MDB), que foi deputado pela última vez de 2015 a 2019, Conceição Sampaio (PSDB), Miguel Carrate (Avante), Edilson Gurgel (PMN), Francisco Praciano (PT), Bosco Saraiva (Solidariedade) e Gedeão Amorim (Avante). A lista tem, ainda, o ex-deputado Janjão (Avante), eleito em 1994, e Platiny Soares (Avante), eleito em 2014.
Legado
Mas nem mesmo a derrota nas Eleições Gerais de 2022 do ex-governador Amazonino Mendes poderá apagar o seu legado político para o Amazonas. Foram mais de 40 anos de dedicação à vida pública e, aos 82 anos de idade, sem apoio político nesta eleição, Amazonino foi competitivo até a apuração de 70% das urnas.
Amazonino iniciou sua carreira política em abril de 1983, ao ser nomeado prefeito de Manaus pelo governador Gilberto Mestrinho. No seu mandato, deu atenção à urbanização dos bairros periféricos.
Permaneceu à frente da prefeitura até abril de 1986, quando deixou o cargo para concorrer ao governo do Estado nas eleições de novembro daquele ano, na legenda da Aliança Democrática — coligação que incluía, além do PMDB, o Partido da Frente Liberal (PFL), o Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Liberal (PL), entre outros.
Durante sua carreira política, Amazonino Mendes foi três vezes prefeito de Manaus, quatro vezes governador do Amazonas e uma vez senador pelo Estado.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Neto Ribeiro