O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ligou na tarde desta segunda-feira, 31, para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além de parabenizá-lo pelo resultado das eleições, Biden também conversou com Lula sobre a “força das instituições democráticas”, em referência ao receio de que o governo Jair Bolsonaro (PL) não respeitasse o resultado das eleições.
Durante a ligação, que durou cerca de 20 minutos, os dois também conversaram sobre as relações diplomáticas entre os dois países e falaram sobre os desafios que as duas nações enfrentarão a respeito das mudanças climáticas.
O teor da conversa foi divulgado nesta tarde por meio de ofício da Casa Branca.
“Na conversa que durou 20 minutos, os dois presidentes trataram de temas essenciais, como a importância da democracia, da preservação do meio ambiente e sobre com ampliar a cooperação entre os dois países”, diz nota divulgada pela equipe de Lula.
Ligação caiu
Biden tentou conversar com Lula na noite de ontem após o resultado das eleições. No entanto, houve uma falha de sinal na ligação e a conversa foi adiada para a tarde de hoje. O fato de o petista não ter um celular também dificultou o contato, já que era necessário que alguém intermediasse a conversa dos dois.
“Durante a videoconferência, o presidente Biden elogiou a força das instituições democráticas brasileiras após eleições livres, justas e confiáveis. Os dois líderes discutiram o forte relacionamento entre os Estados Unidos e o Brasil e se comprometeram a continuar trabalhando como parceiros para enfrentar desafios comuns, incluindo o combate às mudanças climáticas, salvaguarda da segurança alimentar, promoção da inclusão e democracia e gestão da migração regional.”
Comunicado da Casa Branca sobre ligação de Biden a Lula
Ainda ontem, a Casa Branca já havia divulgado uma mensagem de parabéns ao petista. O presidente americano já vinha sinalizando que não chancelaria nenhum questionamento de Bolsonaro. Caso houvesse, a respeito do processo eleitoral brasileiro.
Repeteco
A eleição de Biden nos EUA enfrentou resistência do ex-presidente Donald Trump. Um grupo de apoiadores de Trump chegou a invadir o Capitólio, sede do congresso no país, alegando fraude nas eleições. As investigações sobre o caso indicam que os atos foram orquestrados por grupos de extrema-direita e que também contaram com o apoio do próprio Trump.
A aproximação da família Bolsonaro com Trump preocupava tanto a Casa Branca quanto o PT, que temiam processo semelhante no Brasil com a derrota de Bolsonaro.
A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) chamou hoje o bloqueio de rodovias de “Capitólio à lá Bolsonaro”. Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), há pontos de aglomeração e bloqueio de caminhoneiros em ao menos 11 estados brasileiros e no Distrito Federal em protesto aos resultados das eleições. Linha ocupada.
Desde ontem, Lula vem recebendo ligações de lideranças políticas de todo o mundo. O procedimento é praxe nas relações internacionais e indica quando outro país reconhece o resultado das eleições brasileiras. Na tarde de hoje, Lula encontrou-se com o presidente argentino Alberto Fernández, o primeiro chefe de estado de quem recebe visita após ser eleito.
Até o momento o petista já recebeu os parabéns de personalidades como:
Olaf Scholz (primeiro-ministro da Alemanha) Rishi Sunak (primeiro-ministro do Reino Unido) Emmanuel Macron (presidente da França) Antônio Guterres (secretário-geral da ONU) Antônio Costa (primeiro-ministro de Portugal) Marcelo Rebelo de Sousa (presidente de Portugal) Miguel Diaz-Canel (presidente de Cuba) Sergio Mattarella (presidente da Itália) Giorgia Meloni (primeira-ministra da Itália) Alberto Fernández (presidente da Argentina) e Pedro Sanchez (presidente da Espanha).
Com informações UOL
Foto: Acervo O Poder