Os atos dos apoiadores do presidente Bolsonaro (PL) espalhados pelo país pedindo intervenção federal, falando que houve fraude nas urnas e pedindo anulação das Eleições foram enfraquecidos com a divulgação do relatório enviado pelo Ministério da Defesa e enviado para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quarta-feira, 9. Isso porque o relatório de mais de 60 páginas confirma que não foram achadas irregularidades no processo eleitoral, o que confronta diretamente o discurso dos manifestantes.
Desde a divulgação dos resultados do segundo turno, concedendo a vitória do ex-presidente Lula (PT) pelo voto popular, bolsonaristas pelo país fazem manifestações. Os bloqueios das estradas brasileiras, por exemplo, geraram impactos na vida do cidadão. Relatos de mãe de crianças autistas, idosos, pacientes perdendo transplantes e, economicamente, o atraso na entrega de produtos para abastecer o comércio ganharam as redes sociais.
Mesmo depois de dez dias, em Manaus, bolsonaristas protestam na frente do Comando Militar da Amazônia (CMA), na Zona Oeste. Relatos de moradores e comerciantes da área denunciam que o ato tem prejudicado o fluxo comercial na região. Além disso, alguns moradores de condomínios próximos ou que passam pelo local para chegar em suas residências relatam que o ato tem congestionado o trânsito, provocando atrasos, além do barulho. Enquanto isso, os manifestantes são servidos com churrasquinho de graça, acampam em barracas e desfrutam de banheiros químicos. Não há indícios que a movimentação considerada antidemocrática irá cessar.
O relatório das Forças Armadas, a movimentação da equipe de transição do governo Lula, o silêncio e a saúde debilitada de Bolsonaro (PL) e a harmonia entre os Poderes levam a crer que mesmo que os bolsonaristas permaneçam em seu manifesto, a vontade democrática do povo através das urnas será respeitada no dia 1º de janeiro.
Priscila Rosas, para Portal O Poder
Foto: Mário Adolfo Filho