O governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer reabrir as embaixadas do Brasil que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fechou nos últimos quatro anos e vai avaliar o estabelecimento de novos postos diplomáticos em locais onde o país ainda não tem presença.
A afirmação é do ex-chanceler e ex-ministro da Defesa Celso Amorim, cotado para assumir um papel central no desenho da política externa de Lula. O diplomata faz parte do grupo de transição no Itamaraty.
Em 2020, no continente africano, as representações brasileiras que tinham sido abertas pelo primeiro governo Lula nas cidades de Freetown (Serra Leoa) e Monróvia (Libéria) foram fechadas e seus serviços foram deslocados para a embaixada do Brasil em Acra (Gana). Agora a ideia é a de retomar os trabalhos nesses locais e ainda considerar países como Ruanda e Gâmbia.
No Caribe, as embaixadas localizadas nas cidades de Saint George’s (Granada), Roseau (Dominica), Basseterre (São Cristóvão e Névis), Kingstown (São Vicente e Granadinas) e Saint Jonh (Antigua e Barbuda) deixaram de existir em 2020 e tiveram suas funções acumuladas na representação brasileira em Bridgetown (Barbados).
Na América do Sul, a embaixada do Brasil em Caracas e os consulados e vice-consulados espalhados pela Venezuela também serão reabertos. No caso venezuelano, o fechamento ocorreu por uma decisão política por parte da ala mais radical do bolsonarismo, que havia tomado uma decisão de romper com o governo de Nicolas maduro.
A decisão, porém, deixou centenas de brasileiros que vivem na Venezuela sem assistência e, hoje, não conseguem ser atendidos por trâmites burocráticos. Na eleição presidencial, eles tiveram de viajar até a Colômbia se quisessem votar.
Antes de Bolsonaro vencer a eleição em 2018, o Brasil contava com cerca de 140 representações no exterior. Mas, antes mesmo de assumir ele indicou que iria fechar embaixadas “ociosas”.
A retirada do Brasil de diversas regiões, porém, não ocorreu apenas por conta do encerramento de embaixadas. Em diversos postos em continentes que não eram considerados como prioridade, o Itamaraty sequer enviava com frequência instruções aos seus diplomatas lotados nas embaixadas brasileiras.
Com informações UOL
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